Fato inédito com paranaenses

A convocação da seleção brasileira divulgada pelo técnico Carlos Alberto Parreira na tarde de ontem não poderia ser mais comemorada pelo futebol paranaense. Pela primeira vez na história da seleção principal, três atletas que defendem uma equipe do Paraná fazem parte da mesma lista. Além do previsível Kléberson, que esteve presente em todas as convocações após a Copa do Mundo, o Rubro-negro também cede o habilidoso meia Adriano, que já esteve na seleção pré-olímpica em 2000, e o atacante Ilan, vice-artilheiro do Brasileirão com dez gols, uma das grandes surpresas da convocação de ontem. Ao lado do zagueiro cruzeirense Edu Dracena e volante Dudu, do Vitória, o atacante atleticano faz parte da pretendida renovação de Parreira para a seleção. “Não se trata apenas de uma experiência. Quero que esses jovens disputem posições”, revela o treinador.

Mas o sucesso paranaense não pára na trinca atleticana. Além de Ilan, natural de Curitiba, e de Kléberson, nascido em Uraí, a seleção conta hoje com mais dois paranaenses: o lateral-direito Belletti, do Villareal (Espanha), e o meia Alex, do Cruzeiro. Belletti, natural de Cascavel, deu os primeiros chutes como profissional na Raposa. Já o curitibano Alex foi revelado pelo Coritiba, nos anos 90.

Fechando o “time paranaense”, a seleção que disputará a Copa das Confederações tem o goleiro vascaíno Fábio e o meia são-paulino Ricardinho. Fábio é natural de Nobres, Mato Grosso, mas iniciou a carreira no União Bandeirante, em Bandeirantes, onde jogou de 98 a 2000. Já o paulista Ricardinho foi criado em Curitiba e iniciou sua história no futebol profissional nos gramados da Vila Capanema. Até hoje, o meia tem uma forte ligação com o Paraná Clube.

Com a convocação de ontem, o Atlético está próximo de alcançar o Coritiba no número de jogadores convocados para a seleção brasileira principal. Até hoje, o Coxa teve 14 atletas convocados enquanto vestiam a camisa alviverde. Gonçalo Pena, em 1921, foi o , e o zagueiro Flávio, hoje no Monterrey (México), o último, em 1998. Com Ilan e Adriano, o Rubro-Negro alcançou a marca de 13 atletas convocados para a seleção principal. O precursor foi o goleiro Caju, em 1942.

Parreira explica a presença de novatos

O técnico Carlos Alberto Parreira tentou demonstrar naturalidade ao explicar a grande presença de jogadores novatos na seleção brasileira que vai disputar a Copa das Confederações, entre 18 e 29 de junho, na França. Para o treinador, a competição está sendo encarada pela comissão técnica “como um extenso campo de observação para as eliminatórias”. O treinador foi até um pouco irônico ao ser perguntado sobre se não tinha receio de “queimar” alguns desses novos jogadores, ao colocá-los numa competição importante como esta. “Nunca vi alguém se firmar na seleção sem estrear”, argumentou.

Parreira explicou as opções. O técnico elogiou muito o meio-campista Dudu (Vitória), um dos destaques da seleção brasileira Sub-20. “Trata-se de um talento excepcional. Joga com muita elegância e chega bem à frente”, disse. Parreira confidenciou que treinadores das seleções de base avalizaram a convocação. “É um bom investimento”, resumiu.

Sobre o goleiro Fábio (Vasco), Parreira foi incisivo. “Além da ótima fase no Vasco, é praticamente um jogador da casa”, disse ele, referindo-se ao fato de o jogador já ter sido chamado para várias seleções de base. Os atacante Illan e Gil foram chamados, segundo Parreira, por serem “jogadores modernos”, que atacam em velocidade, driblam com facilidade e ajudam na marcação.

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