Familiares insones torcem pelas meninas do vôlei

Divulgação / CBV
Enquanto Carol Gattaz tenta levar o Brasil ao inédito título mundial, seus parentes sofrem.

Osaka (AE) – As pálpebras escurecidas e a dificuldade de manter-se alerta ao longo do dia são características comuns a todos os torcedores que estão acompanhando o Campeonato Mundial Feminino de Vôlei e principalmente os familiares das jogadoras comandadas por José Roberto Guimarães que estão no Brasil.

O fuso horário de 13 horas entre o de Brasília e de Osaka, no Japão, não perdoa quem quer ver o time em ação e depois precisa manter as atividades diárias normais. ?Quando ligo para minha família, brincamos que o pessoal formou a Turma da Olheira, por trocar a noite pelo dia?, conta a levantadora da seleção Carol Albuquerque.

A aparência do marido de Carol, o empresário Maurício Pagnotta, é prova de que a brincadeira tem fundo de verdade. ?Não está fácil. A gente mudou totalmente a rotina. Quando o jogo é às 5h eu tento dormir umas 11 da noite e acordar um pouco antes do jogo. Depois que acaba, tento dormir, mas não é sempre que dá. Alguns dias emendo direto com o trabalho?, conta. O resultado, segundo ele, é que se manter acordado durante o tempo todo para administrar sua loja de materiais esportivos tem sido difícil. ?Tem horas que quase cochilo.? Mas Maurício não está ligando muito para a falta de sono. A preocupação maior é o filho do casal, Matheus. ?Ele tem dois anos e meio e realmente sente a falta da mãe?, conta.

As olheiras também são uma característica comum da família de Carol Gattaz, em São José do Rio Preto. ?Estou parecendo um zumbi ambulante?, diz a mãe da meio-de-rede, Cidinha Gattaz. ?Geralmente, quando os jogos não são de madrugada, nós reunimos a família e os amigos para ver as partidas pela TV, mas no mundial, com os jogos de madrugada, isto não está sendo possível.? Segundo a irmã de Carol, Marcela, a família inteira está com olheiras. ?Tem dia que a adrenalina do jogo é tão grande que a gente não consegue dormir depois.?

Outra pessoa que mudou a rotina foi a babá Maria D?Ajuda Ferreira Santos, que cuida de Mel, a filha de 10 meses da ponta Paula Pequeno e o jogador de handebol Alexandre Folhas. Mesmo tomando conta do bebê, ela faz questão de acompanhar todos os jogos da patroa. ?Coloco o celular para tocar na hora do jogo e acompanho. Depois que acaba tento dormir?, afirma. ?Se ainda fico com sono, aproveito as horas que a Mel dorme durante o dia para descansar mais um pouco. Felizmente ela é um doce?, conta.

Fabiana, do ódio ao amor pelo vôlei e pela seleção

Osaka (AE) – Ser jogadora de vôlei é o sonho de muitas meninas. Mas não foi o caso da meio-de-rede Fabiana, que viveu uma história de amor e ódio ao esporte. O amor venceu – para o bem da seleção brasileira feminina de vôlei, que contou com o melhor ataque do Grand Prix (competição na qual a seleção conquistou este ano o hexacampeonato) e tem hoje um dos destaques no bloqueio do campeonato mundial, em disputa no Japão.

?Não é que eu não gostava. Eu odiava vôlei?, conta Fabiana. ?Meu irmão fazia basquete no Minas (Tênis Clube) e, como viram que eu era alta, sugeriram que fizesse algum esporte. Até preferiria tentar o basquete, mas me colocaram na peneira do vôlei e eu passei?, lembra a meio-de-rede. Fabiana diz que ia aos treinos a contragosto, obrigada pela mãe, a dona de casa Maria do Carmo Claudino. ?Não queria ir de jeito nenhum.? Na infância, gostava mais de futebol e atuava no gol. ?Isso quando eu era bem menina. Mas jogava direitinho?, diz a fã de Dida, goleiro do Milan, que espera conhecer um dia. ?Quem dera!?, suspira.

A meio-de-rede conta que foi ?conquistada? pelo vôlei a partir de uma professora do Minas. ?O nome dela é Iara. Jamais imaginei que poderia jogar na seleção, mas ela sempre me incentivou, dizendo que eu tinha condições?, relembra Fabiana. Não demorou muito para a mestra provar que estava certa. A jogadora, que começou em 1998, foi escalada no ano seguinte para a seleção brasileira infantil. ?Aí eu comecei a gostar?, conta a meio-de-rede, que passou por outros times de base do Brasil. Em 2001 Fabiana foi campeã mundial infanto-juvenil e em 2003 campeã mundial juvenil. No mesmo ano foi convocada pela primeira vez para o time adulto.

Chegar à seleção aos 18 anos não foi um problema para a meio-de-rede. ?Tudo deu certo porque a galera me adotou. Jogadoras mais experientes como a Érica, a Elisângela, a Fofão e a Fernanda (Venturini) me ajudaram bastante. Hoje sou muito amiga da Fofão, com quem ainda convivo na seleção, e sempre estou em contato com a Elisângela.?

Com 21 anos, Fabiana é a jogadora mais nova da equipe comandada por José Roberto Guimarães. ?Só lembro quando alguém brinca comigo dizendo que sou a caçula?, diz a jogadora, que sonha em continuar na seleção por muitos anos, ajudar o time a chegar a uma medalha de ouro olímpica e, depois, seguir em clubes do exterior.

E ela não é a única na família a aspirar por sucesso na carreira esportiva, pois o irmão, Bruno, atua no basquete universitário dos Estados Unidos. ?Ele está no quarto e último ano da faculdade e espera continuar jogando?, diz a orgulhosa irmã.

Vitória sobre Alemanha garante vaga na semifinal

Osaka (AE) – O selecionado feminino brasileiro de vôlei não tomou conhecimento da Alemanha na vitória por 3 sets a 0 (25/16, 25/22 e 25/15), na madrugada deste sábado (horário de Brasília), em Kioto, em jogo válido pela segunda fase do mundial. Com o triunfo, as meninas garantiram antecipadamente vaga na semifinal. A primeira posição seria decidida na madrugada de hoje, contra a Rússia.

?O time se comportou bem, principalmente no bloqueio e na defesa. Taticamente, fizemos um bom jogo?, analisou Zé Roberto. Os destaques da equipe brasileira foram Fabiana, no saque, e a levantadora Fofão.

O Brasil iniciou bem a partida, principalmente no bloqueio e no contra-ataque. O time manteve a regularidade e continuou mandando em quadra até fechar o primeiro set por 25 a 16.

A segunda parcial foi mais equilibrada. As alemãs começaram bem e fizeram 3 a 2. Mas começaram a errar muito e o selecionado brasileiro se recuperou. O time alemão melhorou na seqüência do set, principalmente no bloqueio, e chegou ao empate por 19 a 19. Mas com os nervos no lugar, as brasileiras fecharam em 25 a 22. As alemãs voltaram para o tudo ou nada e chegaram a fazer 3 a 2 no terceiro set. Mas foi uma reação momentânea e o Brasil fechou, com muita tranqüilidade, com um ponto de Paula Pequeno, por 25 a 15.

Seleção masculina vence o primeiro jogo-treino no Japão

Rio (Ag. Placar) – Após mais de três semanas de treinamento intensivo, a seleção brasileira masculina de vôlei entrou na reta final de sua preparação, visando o mundial do Japão. Ontem, a equipe comandada pelo técnico Bernardinho realizou um jogo-treino contra a equipe japonesa Panasonic Panthers. O Brasil venceu por 4 sets a 0 (25/21, 25/18, 25/17 e 25/22) e o técnico Bernardinho pôde observar todos os jogadores.

?O time deles tem disposição e defende bem, mas é baixo. Com essa limitação física, facilitou a vida do nosso bloqueio. Não dá para avaliar muita coisa por causa disso. Começamos sacando bem e o bloqueio poderia ter funcionado um pouco melhor. O importante é que jogamos às 15h30, num horário próximo ao dos dois primeiros jogos no mundial (14h, pelo horário do Japão)?, explicou o treinador.

Amanhã, a seleção terá pela frente um desafio bem maior: a equipe da Polônia. O amistoso será às 5h (Brasília). Bernardinho confirmou que haverá um segundo jogo-treino contra os poloneses, terça-feira, no mesmo horário.

?Contra a Polônia, um time pesado e um dos favoritos ao título mundial, poderemos avaliar nossa real condição. Nossos jogadores estão inteiros e fisicamente fortes, embora cansados. Temos uma semana para arrumar a casa até a estréia?, afirmou. O Brasil estréia no mundial na sexta-feira.

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