Em longa e emotiva carta dedicada a amigos e à comunidade aquática, a nadadora Fabíola Molina, que foi suspensa por doping nesta terça-feira pela Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA), admitiu que “por um descuido ingeri essa substância que não é permitida em competição, e que não tive a intenção de obter ganho de performance.”
Fabíola, de 36 anos, está preventivamente suspensa por dois meses a contar do dia 8 de maio e perdeu o índice que conquistou para os Jogos Olímpicos de Londres, no ano que vem. Além disso, foi excluída da delegação brasileira que vai disputar o Campeonato Mundial de Esportes Aquáticos, em Xangai, a se realizar a partir de 17 de julho. Ela nadaria na China os 100 m costas e abriria o revezamento 4 x 100 medley.
Segundo a atleta, ela recebeu um sachê de amostra grátis de um site americano de suplementos, onde normalmente faz compras. O produto continha cafeína e outras substâncias, “o qual li rapidamente a embalagem”. “Não me atentei às especificidades das substâncias porque achava que o produto era inofensivo”, relatou.
De acordo com ela, esse produto se chamava 1.M.R e continha substância denominada metilhexanamina. “No momento do exame (na Tentativa Mundial, em 22 de abril), relatei os suplementos que tinha tomado, inclusive o sachê que havia recebido. Na hora, o médico responsável me alertou para o componente nocivo do produto. Foi uma surpresa.”
Ela teve de deixar a equipe brasileira que treina em Londres, no Crystal Palace, local a ser usado como base da equipe olímpica do País durante os Jogos de 2012, para retornar ao Brasil e receber a notificação da CBDA.
“Eu sempre valorizei a ação da agência antidoping porque acredito que o esporte deve ser o mais justo possível, e o “fair play” deve prevalecer nas competições, para que os atletas se sintam protegidos de performances alcançadas de forma ilícita”. Membro-fundador da Wada (Agência Mundial Antidoping), o médico Eduardo de Rose ressaltou que “ficou claro que não houve intenção de ganho de performance”.