F-Truck é a categoria dos patrões

São Paulo (AE) – Sucesso garantido de público nos autódromos do País por onde passa – a média no ano passado beirou a 40 mil pessoas por corrida e, hoje, na terceira etapa de 2005, em Interlagos, são esperadas 80 mil pessoas -, a Fórmula Truck tem suas particularidades. Uma delas: vários pilotos também são donos de equipe. Recurso utilizado inicialmente por competidores para viabilizar a participação no campeonato, esse "acúmulo de funções" se tornou um bom negócio com o crescimento da categoria. Atualmente, há pilotos donos de escuderias que têm quatro caminhões na disputa.

Esses são os casos de Renato Martins e Djalma Fogaça. Um dos precursores da F-Truck, Martins é dono da RM, equipe que tem o apoio oficial da Volkswagen e que atualmente conta com os pilotos Débora Rodrigues (mulher de Renato), Beto Napolitano e Jonathas Borlenghi. Fogaça comanda a Djalma Fogaça Motorsport (Ford) e tem como companheiros Beto Monteiro, José Maria Reis e Daniel Gianfratti.

Além deles, Roberval Andrade – campeão em 2002 – é proprietário da Roberval Motorsport (Scania) e tem como segundo piloto contratado Felipe Giaffone. Pedro Muffato (Muffato Motorsports) e Diumar Bueno (Bueno Race Team) estão entre os que criaram equipes para competir.

Manter a estrutura de uma equipe não é fácil, pois para se ter um caminhão competitivo são necessários cerca de R$ 800 mil por temporada. Em compensação, o que não falta na Truck são patrocinadores, em sua maioria ligados às montadoras. Roberval tem nove. Renato conta com outros tantos, com uma restrição: só pode aceitar empresas ligadas à Volkswagen (fornecedoras de autopeças, por exemplo) ou então que não tenham ligação com o setor automobilístico.

Então, ser dono de equipe na Truck é lucro garantido, certo? "No futuro, deveremos ter lucro. Mas hoje a Roberval Motorsport é uma empresa de risco. Quando dá lucro, investimos no ano seguinte. As equipes ainda não podem pensar em lucratividade", diz Andrade. "Ainda estamos na fase de investir todos os recursos no desenvolvimento dos caminhões", afirma Martins, sobre sua equipe, que tem orçamento estimado de R$ 3 milhões para este ano.

Já Renato Martins – o primeiro campeão da categoria, em 1996 -, apresentou na terça-feira os novos caminhões da equipe, que estréia em Interlagos. "Precisamos pensar sempre em melhorar, evoluir", diz. Para isso, ser equipe de fábrica ajuda bastante. "Tenho todo apoio da Volks. O Rodrigo Chaves (engenheiro da montadora), por exemplo, está sempre pensando em coisas que possam melhorar a performance do caminhão. Isso é fundamental para sermos competitivos."

A corrida, hoje, tem largada prevista para as 14h10 e a Rede TV! transmite ao vivo. Wellington Cirino lidera o campeonato com 38 pontos e Vignaldo Fizio tem 31. Ambos competem com caminhões Mercedes.

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