Muita calma nessa hora. Essa é a primeira medida tomada pelo técnico Evaristo de Macedo no Atlético. Depois das apresentações e de ter ido a campo comandar os 44 jogadores do elenco debaixo de muita chuva e frio no CT do Caju, o novo treinador rubro-negro quer analisar o retrospecto de cada um no clube antes de escolher os 11 que iniciarão a partida de domingo contra o Flamengo. Hoje, ele comanda o primeiro coletivo e já começa a esboçar a nova era do Furacão dentro do campeonato brasileiro.
?Tenho no hotel todo o retrospecto da equipe, desde o início do campeonato. Eu estou olhando com tranqüilidade, estou conversando com o pessoal, perguntando o que é que houve, o que aconteceu e daí a gente vai tomando pé das coisas?, apontou Evaristo. Segundo ele, os jogadores são bons e não merecem estar apenas na 15.ª colocação. ?Há uma necessidade de melhorar, não só a parte técnica, tática, mas também o astral da equipe, porque derrotas sempre derrubam muito?, analisou.
Assim, nos primeiros trabalhos com bola, Evaristo tratou de deixar os jogadores muito à vontade. ?O nosso trabalho é levantar o ânimo do pessoal, recuperar o moral e chegar no domingo em perfeitas condições?, destacou. Pelo menos de início, sai a rigidez de Antônio Lopes e entra a maior descontração de Evaristo. No período da tarde, os jogadores foram distribuídos em quatro equipes que jogaram entre si em meio-campo. ?O campo menor é para eles trabalharem a agilidade e a inteligência?, justificou.
E, enquanto os jogadores atuavam praticamente sem a interferência da comissão técnica, Evaristo ia fazendo suas primeiras análises. O único problema no primeiro dia foi ter que trabalhar com 40 atletas. ?Não é bom (esse número) porque diminuiu a intensidade do treinamento. Mas, eles estão aí, são profissionais e a gente tem que respeitar. No futuro, vamos ver como a gente resolve?, adiantou.
Com o coletivo marcado para o período da tarde no CT do Caju, começa uma nova corrida pelas vagas na equipe. Uma corrida que todos consideram saudável. ?Não estou muito preocupado não. Quando eu vim para cá sabia que tinha bons jogadores na minha posição e sabia que seria difícil ganhar a posição e jogar. Consegui jogar e mantive uma média boa de gols e tenho muita amizade com todos os que disputam posição comigo?, apontou o atacante Finazzi.
O vice-artilheiro do time no Brasileirão vai disputar posição com Dagoberto, Aloísio, Jadílson e Dênis Marques. A zaga, as laterais e o meio também poderão ter novidades para a partida contra o Flamengo.
Evandro torce para ter maior liberdade
A mudança de técnico no Atlético pode ser a deixa para o meia Evandro voltar a mostrar o futebol que o levou dos juniores ao time principal. Se com Antônio Lopes ele tinha que atuar mais atrás e pelos lados do campo, com Evaristo de Macedo o atleta espera ter mais liberdade e jogar na sua real posição, armando e chegando mais à frente. Além disso, a motivação é bem maior para continuar disputando posição para se manter entre os titulares.
?Você está acostumado a um tipo de trabalho e isso, às vezes, fica meio cansativo. Quando muda assim dá um astral bem maior. Você pode ver na cara dos jogadores que estão mais animados?, analisa Evandro. Para ele, o astral melhorou consideravelmente. ?Na minha opinião sim. Não posso confirmar isso pelo grupo, mas para mim está sendo muito legal?, vibra.
Para o jogador, a principal expectativa é sobre seu posicionamento em campo. ?Eu vinha fazendo uma função que estava me prejudicando um pouco. Eu tenho que fazer o que o treinador pede, mas tomara que mude sim e, se não mudar, não tem problema e o que ele pedir a gente tem que fazer?, aponta.
Com Lopes, a criatividade de Evandro vinha sendo deixada de lado em função da marcação. ?Às vezes, quando estava atacando já tinha que pensar em voltar e marcar o lateral e isso me atrapalhava um pouquinho?, exemplificou. O jogador até chegou a jogar como gosta com Lopes. ?Com ele eu joguei do jeito que eu gosto, numa seqüência boa de vitórias contra Vasco, Fluminense, Goiás, e mais pelo meio e não ficava só de um lado e podia me movimentar pelo campo inteiro?, finalizou.