Evaristo, a experiência a serviço do Atlético

O Atlético tem o terceiro técnico mais experiente em termos de Brasileirão, mas ainda não se decidiu se continua com ele ou não para 2006. Nada que aflija o calejado Evaristo de Macedo. Na partida de domingo, o treinador deixou Ênio Andrade para trás entre aqueles com maior número de jogos dirigidos na competição e, agora, só fica atrás de Telê Santana e Antônio Lopes. Poderia ter sido mais, caso ele não tivesse trabalhado nove anos no Catar, mas se depender dele ainda vai haver muitos jogos para somar na contabilidade desse carioca de 72 anos.

?Numa base de 20 jogos por ano, em nove anos, daria 180 e eu teria disparado. Se eu não tivesse ido para fora, provavelmente teria disparado porque eu estou durando muito?, brinca. Mesmo assim, ele acha que já é uma façanha figurar entre os maiores profissionais de sua área no Brasil. ?É sempre bom. Se fosse uma olimpíada, eu tinha uma medalha de bronze?, diz, bem humorado. Ele vai fechar o ano com 367 jogos no Brasileirão e ainda no encalço de Lopes e Telê.

No entanto, para o futuro, nem Evaristo sabe para onde pretende seguir. ?Até quando Deus quiser, quem manda em mim é a própria natureza. Eu nunca tive a aflição de dizer em tal hora, em tal momento, eu vou parar?, destaca. Segundo o treinador, quem vai pará-lo é o próprio mercado da bola. ?Vou parar quando me pararem. Eu estou na estrada, se a Polícia Rodoviária me parar…?, brinca novamente.

Por enquanto, ele está no Atlético, mas não sabe se vira o ano empregado na Baixada. ?Acho que cada coisa no seu lugar, no seu tempo certo. Nós temos dois jogos fora muito difíceis para depois aqui em casa chegar numa situação melhor. Então, não se pensou nisso ainda não?, adianta. O treinador diz que assim que acabar a competição o assunto será discutido. ?Não tem pressa não. Não tenho agonias de continuar. Se continuar, tudo bem, se sair, fiz um trabalho bom e aqui sempre tive bons amigos e a gente vai sempre estar com atenção para o clube?, completa.

Já a atenção do clube para o treinador parece estar mais voltada para um agradecimento. Os dirigentes não falam abertamente sobre o assunto, mas mantêm a impressão de que Evaristo cumpriu seu papel de ajudar a equipe a se livrar do rebaixamento e até ter sonhado com vôos mais altos.

Assim, para a próxima temporada, a diretoria buscaria um profissional para iniciar um novo trabalho à frente da equipe.

Aloísio e Dagoberto só em 2006

Duas contusões e um mesmo destino. Tanto Aloísio quanto Dagoberto não jogam mais pelo Atlético este ano e devem deixar a Baixada. Um em direção ao São Paulo e outro rumo ao Palmeiras. Os dois se machucaram no final de semana e o prazo para a recuperação é exatamente o restante de tempo para o final do Campeonato Brasileiro. Eles se juntam a Fabrício e Ivan, que também retornam de tratamento e estão fora dos planos do técnico Evaristo de Macedo para as cinco rodadas restantes da temporada.

A contusão do atacante Aloísio pode até ter estragado os planos que ele tinha esse final de ano. Ontem, o jogador revelou que tem proposta para disputar o Mundial de Clubes da Fifa, mas não quis dizer o nome de quem fez a sondagem. Nos bastidores, no entanto, deu-se como quase certo que o atleta estava indo para o São Paulo. Com lesão no músculo reto anterior da coxa, ele ficará afastado dos gramados, no mínimo, por três semanas. Este tempo o deixa de fora do Brasileiro, mas não do torneio internacional.

Se conseguir se recuperar clínica e fisicamente, ele poderá até acertar com o Tricolor, já que o contrato com o Atlético expira no dia 5 de dezembro e ele fica livre para sair. Na Baixada, é quase certo que ele não emplaque 2006. Seu destino mais provável é o Morumbi, que este ano já perdeu Luizão e está prestes a ficar sem Amoroso também, após o Mundial. Com apenas Christian e Roger para o ataque, Aloísio é o nome quente para ir para o Tricolor.

Já o atacante Dagoberto é outro que dificilmente volta a jogar em 2005. De acordo com o departamento médico do Atlético, a lesão no músculo adutor e posterior da coxa esquerda também o deixa afastado, no mínimo, três semanas. Somando o tempo para a recuperação física, ele só deverá vestir a camisa rubro-negra em 2006, se não for negociado.

A diretoria atleticana não comenta o assunto, mas a imprensa de São Paulo aposta suas fichas na ida do atleta para o Palmeiras. A negociação seria facilitada pelo fato de Carlos Massa, o Ratinho, empresário do jogador, ser palmeirense e querer expor o atleta numa vitrine maior para uma negociação futura.

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