Estádio Pinheirão está a caminho do arremate

Os vereadores de Curitiba, que montaram uma comissão para tentar reaver o terreno dado pelo município em 1969 à Federação Paranaense de Futebol, não conseguiram evitar o leilão do estádio Pinheirão, que deve ser arrematado hoje, assim como já ocorreu com a sede da FPF.

O estádio já tinha ido a leilão no dia 14 de junho, mas como não houve interessados, o patrimônio volta à lista e pode ser arrematado por um valor bem menor. O lance mínimo caiu de R$ 69 milhões para R$ 35,1 milhões.

A nova etapa do leilão deixou os vereadores indignados pela causa que abraçaram sozinhos. Um dos líderes da comissão especial, o vereador Jair Cezar (PSDB) acredita que a luta encerra hoje, com o arremate do estádio.

“O pior disso tudo é que, lamentavelmente, o estádio vai ser arrematado. A nossa Procuradoria [Geral do Município], o Ministério Público de Defesa ao Patrimônio Público não fizeram nada. Tentamos, entregamos pedidos, documentos e eles não fizeram nada”, esbravejou.

Segundo Jair Cezar, a Câmara Municipal tentou todos os caminhos possíveis para reaver o imóvel, que corresponde à maior parte do terreno que comporta o Pinheirão. Dos 124 mil metros quadrados da área do estádio, 64.422,00m2 são do terreno que a Prefeitura de Curitiba cedeu à Federação. Os vereadores alegavam descumprimento dos itens previstos na lei 3.583/69, como oferecer 120 mil lugares, ceder espaço para uso da Prefeitura e espaço para formação de talentos, entre outros. “Não temos forças jurídicas para reverter isso. Quem tem o poder de embargar este leilão é o Ministério Público. Fomos lá, temos vários ofícios protocolados com cópia de jornais, avisando sobre o leilão, enfim, tudo que era possível nós fizemos”, lamentou Jair Cezar.

A Federação Paranaense de Futebol não se manifestou sobre o que pretende faze para tentar impedir o leilão do seu imóvel. O presidente Hélio Cury não quis conversar com a reportagem da Tribuna. “Não me agrada falar com vocês”, disse o dirigente, por telefone, desligando em seguida. Os advogados da FPF estão vetados para qualquer entrevista sobre o assunto.

O leilão de hoje foi determinado pela 3.ª Vara de Execuções Fiscais de Curitiba para pagamento de parte das dívidas da Federação com o Instituto Nacional de Seguro Social (INSS), no valor de R$ 2,400 milhões. O total da dívida está na casa dos R$ 40 milhões.