Empate tranqüiliza o futuro do Paraná Clube

A estratégia utilizada no jogo de domingo valeu ao Paraná Clube o “resgate moral” do elenco – além, é claro, de mais um ponto na classificação do Campeonato Brasileiro. Na preleção, o técnico Paulo Campos já utilizava recortes de jornais e declarações de jogadores do São Paulo. Enquanto o adversário estava com atenções divididas, pois amanhã volta a campo pela Libertadores, o Tricolor se mostrou mobilizado e concentrado exclusivamente no jogo.

O empate por 2×2 – após estar em desvantagem por duas vezes – tirou dos atletas um peso significativo, que vinha “manchando” a campanha do clube no Brasileirão. As goleadas sofridas para Vitória (1×6) e Juventude (0x4) eram assunto recorrente nos dias que antecediam jogos fora de casa. “Precisávamos dar uma resposta aos críticos, pois o time tem qualidade. Os deslizes ocorreram pela falta de entrosamento de uma equipe totalmente reformulada”, comentou Fernando Lombardi. O zagueiro é um dos poucos remanescentes do grupo de 2003.

Para Paulo Campos, “a dedicação dos garotos e a concentração na marcação foram os pontos decisivos para a conquista do ponto”. É verdade que o Tricolor também contou com a sorte, já que o São Paulo perdeu ao menos quatro chances claras de gol, mas, mesmo com um jogador a menos a partir dos 17 minutos do segundo tempo (quando Axel foi expulso), o time soube se postar na defesa e ainda chegar por duas vezes de forma eficaz no ataque. No último minuto, inclusive, Galvão poderia ter deixado Da Silva “na cara do gol”.

Elogios

Sempre guardando eventuais críticas para a “conversa a portas fechadas”, Paulo Campos só elogiou os jogadores. Não apenas os titulares, mas também aqueles que entraram no segundo tempo, como Gélson Baresi, e garantiram a mesma consistência de marcação. Os pontos importantes ainda precisam ser acertados. Em muitos momentos do jogo, o Tricolor conseguia “roubar a bola”, mas o contragolpe não era encaixado devido a erros de passes. “Mas, o time está em evolução e tenho certeza que o nosso torcedor vai dar a resposta positiva que estamos esperando no próximo domingo”, ponderou Campos.

Se em outras partidas (contra Flamengo e Cruzeiro) o público ficou aquém do esperado – e a justificativa sempre recaia sobre os insucessos fora de casa – o jogo frente a Ponte Preta será ideal para se medir a “interação” do torcedor com o “novo” time. A diretoria, confiante, espera “casa cheia”. “Precisamos deste retorno financeiro, até para que novos investimentos venham a se concretizar”, disse o diretor de futebol Paulo Welter, acenando com a possibilidade do clube ainda acertar nesta semana com mais dois ou três reforços.

Nelinho, aposta em um zagueiro

Ágil e com bom sentido de antecipação, Nelinho foi um dos destaques do Paraná Clube, no Morumbi. A atuação frente ao São Paulo “recuperou” o jogador, que havia perdido a posição de titular e recebido muitas críticas por um erro na partida contra o Juventude. Com personalidade, o zagueiro, de apenas 20 anos, levou a melhor no duelo com Grafite. Mostrou o porquê da aposta de Paulo Campos em seu futebol.

Nelinho começou o Brasileirão como titular e fez uma boa estréia frente ao Santos. Só que após a goleada para o Vitória, perdeu a posição para Fernando Lombardi. Pesou, na escolha de Paulo Campos, a maior experiência de Lombardi, titular no estadual.

Nelinho não jogou contra o Flamengo, mas foi escalado para encarar o Juventude, fora de casa. O treinador optou por um 3-5-2, mas erros individuais comprometeram o esquema. Em uma saída de bola equivocada, o zagueiro chutou a bola sobre um jogador do Juventude e na sobra o Paraná sofreu o segundo gol. O zagueiro saiu da equipe e muitos questionaram a sua utilização frente ao São Paulo.

Mesmo com uma dupla jovem, a zaga tricolor foi madura o suficiente para administrar a pressão do São Paulo e méritos para Nelinho, que deve ser mantido no time.

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