Embalado pela torcida, Atlético faz 3 a 0 e despacha o Vitória

Espetacular. Com empolgação, competência e impulsionado por sua fanática torcida, o Atlético despachou o Vitória por 3 a 0 ontem à noite na Arena, devolvendo a goleada (4×1) sofrida na Bahia.

Com o gol marcado fora de casa, o Rubro-Negro garantiu classificação às oitavas-de-final da Copa do Brasil – onde enfrentará o Atlético Goianiense – mantendo vivo o sonho de novamente voltar à Libertadores da América.

Premido pela necessidade. Impulsionado pela sua torcida. O Atlético fez dessa combinação uma fórmula infalível.

O primeiro tempo foi todo do Furacão. Com uma postura agressiva e sem medo de se expor aos contragolpes do Vitória (que acabaram não acontecendo), o time de Vadão foi guerreiro.

E transformou essa superioridade em gols, abrindo caminho para a reversão de um quadro terrível. Afinal, na primeira partida, o representante paranaense sofreu uma contundente goleada e entrou em campo com a obrigação de fazer 3×0.

Em pouco mais de meia hora de jogo, dois terços da missão estavam cumpridos. E poderia até ter sido totalizada na fase inicial, não fossem algumas chances reais desperdiçadas pelos atleticanos.

A primeira delas logo no início, com Ferreira testando para fora.

O colombiano perderia uma chance incrível aos æ13 minutos. Após tabela com Denis Marques, ele chutou para fora, mas ?incendiou? de vez a galera. Dez minutos depois, não teve erro. No vacilo da zaga baiana, Evandro roubou a bola e tocou para Alex, que rolou para Denis Marques. O atacante limpou o marcador e mandou para as redes.

Sem reduzir o ritmo, o Atlético ampliou aos 32 minutos. Na jogada de Denis, Alex Mineiro chutou, Émerson deu rebote e Evandro conferiu. A partir daí, o Rubro-Negro diminuiu a velocidade, mas sem perder o controle do jogo. Só levou um susto em cabeceio de Jackson, para fora. Sob aplausos, o time seguiu para o vestiário sabendo que só precisava de mais um golzinho. Um quadro que tornou o segundo tempo ainda mais tenso. Logo aos 2 minutos, após rebote de Cléber – numa falta cobrada por Índio -, Luiz Carlos Capixaba cabeceou para fora.

Sem a mesma precisão na troca de passes, o Atlético não apresentava o mesmo poder de fogo. Com uma pressa excessiva, não conseguia levar vantagem sobre a defesa baiana, que retornou para a etapa complementar melhor organizada. Isso, até os 23 minutos, quando Ferreira entortou seus marcadores e bateu cruzado. Denis Marques desviou de leve, cara a cara com Émerson. Era o que faltava para o caldeirão ferver de vez.

No desespero, os baianos foram à frente, mas sem conseguir uma finalização sequer. Ao invés disso, distribuíram pancadas, até que Vanderson foi expulso. No apito do árbitro, a torcida explodiu em festa, junto com seus ídolos, após uma jornada heróica.

Torcida foi fundamental, na opinião dos jogadores

?Foi a vitória dessa torcida. Foi a vitória dos jogadores?. Assim o técnico Oswaldo Alvarez resumiu a atuação de sua equipe, que levou o Rubro-Negro à próxima fase da Copa do Brasil. Para o treinador, a redução dos preços dos ingressos – atitude tomada pela diretoria, atendendo pedido dos jogadores – teve peso decisivo. ?O clima era todo favorável. Uma torcida vibrante, que gritou do início ao fim, numa completa empatia com o time?, disse Vadão, após o jogo.

O técnico acredita que o plano tático, ontem, não teve importância tão grande. ?Valeu muito mais a atitude dos jogadores, impulsionados pela torcida?, disse. O meia Evandro confirmou as palavras de Vadão. ?Com esse estádio cheio, é diferente. A gente corre e não cansa?, disse o autor do segundo gol atleticano. Quase 20 mil torcedores ?entraram em campo?, ontem, na visão dos jogadores. A galera, que vibrou e gritou ao longo dos 90 minutos, não perdoou um antigo desafeto.

Antes e após o jogo, recordaram o antigo refrão ?Fora, Givanildo?, entoado durante quase todo o período em que Givanildo comandou o Atlético. No jogo de ontem, o treinador – que era criticado por sucessivas substituições que desagradavam aos críticos, tirou de campo o lateral Apodi, um dos melhores jogadores do Vitória no jogo, matando as jogadas do time baiano pelo setor direito. Missão cumprida, os atletas do Atlético já falavam de mais uma decisão: contra o Rio Branco, domingo, em Paranaguá.

A pressão não apenas impulsionou o Atlético, como desestabilizou o adversário. O zagueiro Sandro – um dos mais tensos – já admitia no intervalo que a pressão atrapalhava. Aproveitou para criticar os dirigentes do Atlético, que do ?pombal? gritavam no mesmo embalo da torcida. Seu desequilíbrio foi tanto que em muitos momentos do segundo tempo ficou ?batendo boca? com o presidente do conselho deliberativo do Atlético, Mário Celso Petraglia. Ao fim do jogo, ao protestar com o árbitro, foi expulso por Álvaro Quelhas.

COPA DO BRASIL
2ª FASE – JOGO DE VOLTA
SÚMULA
Local: Joaquim Américo (Curitiba).
Árbitro: Álvaro Azeredo Quelhas (MG).
Assistentes: Marco Antônio Gomes (MG) e Wenderson Mozzer (MG).
Renda: R$ 232.720,00.
Público: 15.526 pagantes (19.691).
Gols: Denis Marques a 23? e Evandro a 32? do 1º tempo. Denis Marques a 23? do 2º tempo.
Cartões amarelos: Erandir, Evandro e Jancarlos (Atlético). Sandro, Joãozinho e Alysson (Vitória).
Expulsão: Vanderson a 48? do 2o tempo.

ATLÉTICO 3×0 VITÓRIA

ATLÉTICO
Cléber; Jancarlos, Danilo, Marcão e Nei; Erandir, Alan Bahia, Evandro (Rogério Corrêa) e Ferreira (Válber); Alex Mineiro (Pedro Oldoni) e Denis Marques. Técnico: Oswaldo Alvarez.

VITÓRIA
Émerson; Apodi (Alex Santos), Sandro, Jean e Alysson (Pantico); Vanderson, Capixaba (Cléber), Bida e Jackson; Índio e Joãozinho. Técnico: Givanildo Oliveira.

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