Eltinho troca o Paraná pelo futebol japonês

Foram apenas doze jogos – e dois gols – no Brasileirão.

O suficiente para o futebol de Eltinho despertar o interesse do Japão. O lateral-esquerdo foi negociado com o Yokohama Marinos. Um sucesso meteórico do garoto, que conviveu com algumas lesões ao longo da temporada e só na reta final da competição se firmou como titular do Paraná Clube, ganhando a posição até então ocupada por Edinho.

Élton Divino Célio, 19 anos, nasceu no Paraguai, mas foi registrado em Guaíra, interior paranaense. Versátil, marcou sua passagem pela qualidade ofensiva, sem se descuidar da marcação. Revelado nas categorias de base do Tricolor, fez a sua estréia no time principal ainda no estadual.

E no primeiro – e único – jogo, foi logo apresentando o ?cartão de visitas?, marcando um dos gols na vitória (2×0) sobre o Toledo.

Só que Eltinho era a terceira opção para o setor, atrás de Edinho e Rodrigo Alvim. Ficou, nos meses seguintes, na equipe júnior. Somente com a saída de Alvim – que foi para o futebol português – durante o recesso da Copa do Mundo é que a revelação passou a integrar o grupo principal, já sob a direção de Caio Júnior. Só que o treinador não pôde contar com o ala de imediato. Sem uma pré-temporada adequada, Eltinho conviveu com uma série de lesões, em especial nos tornozelos.

O lateral só estreou no Brasileiro na 4.ª rodada do returno – vitória por 1×0 sobre o Fluminense, no Pinheirão – e cinco jogos depois assumiu a condição de titular. No total, em doze jogos, ele balançou as redes duas vezes, contra Ponte Preta (Vila Capanema) e Santa Cruz (Arruda). Mais do que gols, o ala convenceu por atuações de muita qualidade técnica. Logo, empresários japoneses voltaram suas atenções para o garoto. Emissários do Yokohama estiveram na Vila Belmiro para vê-lo em ação, mas Eltinho não atuou por conta de nova lesão.

A transação foi concluída ontem, no Rio de Janeiro, com o lateral passando pelos exames de praxe com o médico José Luís Runco, da seleção brasileira. Valores não foram confirmados, mas a transação giraria em torno de U$ 1,8 milhão. O Yokohama Marinos desembolsaria 30% no ato da transferência, tendo prazo até julho para depositar o restante da quantia e obter, então, os direitos federativos do atleta. Com esta negociação, o Paraná, no momento, conta apenas com o ainda júnior Digão para este setor.

A diretoria ainda não se pronuncia sobre eventuais reforços, pois aguarda a resposta de Caio Júnior.

O técnico diz amanhã se renova com o Paraná ou se seguirá outros rumos. Até o momento, além dos jogadores que estavam no clube por empréstimo (como Gustavo, Peter, Batista e Cristiano), já foram negociados Eltinho, Sandro (Turquia) e Leonardo (Flamengo). O meia Maicosuel define hoje se acerta com o Flamengo ou não.

Gustavo com um pé na Alemanha

O zagueiro Gustavo está próximo de um acerto com o futebol alemão. E logo com o líder do campeonato nacional.

O Schalke-04, clube mais popular daquele país, negocia com o jogador. Eficaz na marcação, sem abusar das faltas, ele foi um dos jogadores mais regulares do Paraná Clube ao longo do Brasileirão. Entrou em campo 35 vezes, todas como titular da equipe. Só ficou de fora de três jogos, por cartões amarelos e não sofreu uma lesão sequer.

?Os representantes do Schalke estavam me observando ao longo de todo o segundo turno?, revelou o jogador, que segue hoje para a Alemanha, onde vai acompanhar o jogo do Schalke-04 (onde atuam os brasileiros Rafinha, Bordon e Lincoln), conhecer a estrutura do clube e discutir bases salariais. ?É uma conversa preliminar. Nem quero falar muito sobre o assunto, pois não sei o que vai acontecer?, disse Gustavo, que falou à Tribuna da casa de seus pais, em Campinas.

Gustavo, cujo contrato com o Paraná se encerrou no último dia 4 de dezembro, tem ainda vínculo com a L.A. Sports.

A empresa – parceira do Tricolor, no futebol profissional, desde o ano passado – adquiriu 60% dos direitos econômicos do atleta no início de agosto. Na semana passada, esteve perto de acertar o ingresso do zagueiro no Fluminense, mas a negociação não evoluiu. Valorizado, Gustavo chegou a recusar uma oferta do futebol japonês e ainda ontem foi procurado por representantes do Corinthians.

?É preciso ter cabeça fria para decidir o melhor caminho a seguir?, disse Gustavo, sempre destacando a importância do Paraná nessa projeção. ?Nos últimos dias, me refugiei com meus pais, que sempre me deram muita força?. O zagueiro ainda aguarda a liberação de seu passaporte comunitário, mas isso não seria empecilho, no momento, para uma eventual transferência para o futebol alemão. ?No futuro, ajudaria. Mas, agora, não é o mais importante?, finalizou.

Proposta do Palmeiras balança Caio Júnior

O técnico do Paraná, Caio Júnior, foi procurado pela diretoria do Palmeiras e ficou de responder até amanhã a oferta feita pelos novos mandatários do futebol alviverde.

José Carlos de Miranda, presidente do Paraná, admite que Caio Júnior está balançado com a oferta palmeirense, mas não desiste de renovar contrato com o treinador. Ele tenta persuadir Caio Júnior, contando sobre o turbilhão político que vive o Palmeiras. ?Não consigo entender por que querem mudar de treinador a poucos dias da eleição?, disse o dirigente do clube paranaense.

Jogo político

Pressionado e temendo a derrota nas eleições de janeiro, o presidente do Palmeiras, Affonso Della Monica, atendeu a um pedido do grupo comandado pelo ex-oposicionista Seraphim Del Grande e tirou o diretor de futebol Salvador Hugo Palaia de cena. Ele pediu licença do cargo para tratar de assuntos médicos.

O advogado Gilberto Cipullo, indicado por Del Grande, será o substituto de Palaia até a eleição de 15 de janeiro. Com isso, a permanência do técnico Jair Picerni passa a correr risco. Del Grande e Cipullo não escondem de ninguém que preferem outro treinador para assumir o Palmeiras no lugar de Picerni. Esse outro profissional seria Caio Júnior.

O jogo político tem atrapalhado o planejamento do Palmeiras para 2007. Jair Picerni, que conta com o apoio de Della Monica e do vice José Cyrillo Júnior, elaborou um relatório com os jogadores que seriam aproveitados e aqueles que deveriam ser dispensados.

O técnico, porém, não consegue ser atendido pela diretoria, que já adiou por duas vezes uma reunião com ele.

Voltar ao topo