Edu Marangon não admite “silêncio” no Paraná

Edu Marangon quer seu time “soltando a voz”. O novo treinador do Paraná Clube comandou ontem seu primeiro treino tático. Gostou do que viu, mas fez restrições ao excessivo silêncio dentro de campo. Creditou o comportamento à uma certa timidez, comum em um primeiro trabalho sob novo comando. Quem não economizou foi o próprio Edu. Do início ao fim do treinamento, o técnico passou orientações, corrigiu posicionamento e incentivou o grupo.

“É o meu jeito. Não gosto muito de silêncio, não”, disse Marangon. Para ele, monotonia não faz parte do futebol e alguns gritos são necessários para movimentar o time. “Quero sempre um jogador cobrando do outro, orientando. Esse diálogo dentro das quatro linhas faz a diferença”, afirmou. Nesse primeiro contato de campo, Edu elogiou a qualidade técnica do elenco – mesmo sabendo que o grupo é reduzido – e o bom entrosamento. “Eles já tem um padrão bem definido e este conhecimento favorece tabelas e trocas de posição”.

Sem “invenções”, o técnico não quer mexer na estrutura do time. Vai esperar a seqüência de treinos e jogos para introduzir suas idéias. No treino, deixou claro que gosta do trabalho tático, repetitivo é “chato”, segundo suas próprias palavras. “Só deixar o treino rolar, não nos leva a lugar algum”, ponderou. Marangon utiliza cones para fazer com que os jogadores visualizem com maior facilidade o posicionamento desejado. Pela troca de informações, sabe que o time tem feito bons jogos – ele assistiu alguns antes de assumir o comando do Tricolor – mas que em determinados momentos há perda de concentração. “Aí, a parte tática fica prejudicada”.

Para o jogo de domingo, frente ao Gurani, no Couto Pereira, Edu Marangon já antecipou a entrada de Flávio Guilherme no ataque, em substituição a Renaldo, suspenso. Marquinhos foi liberado pelo departamento médico, recuperado de dores musculares, e participou de quase todo o treino. No final, foi substituído por Rodrigo Silva. A única dúvida está na lateral-direita. Milton está vetado pelos médicos e Valentim só volta aos treinos físicos hoje. Goiano foi improvisado na posição, mas Edu vai esperar a recuperação de Valentim. “Prefiro não improvisar. Mas, não adianta escalar jogador que não está em totais condições”, avisou.

Tricolor pode perder mando de jogo

O Paraná Clube corre o risco de perder de um a três mandos de campo na seqüência do Brasileirão, perdendo os cinco estádios da capital. Um problema a mais para a diretoria paranista, que já convive com vários “entraves” para a definição dos locais de seus jogos. Com o Pinheirão em obras, o Tricolor já teve que alugar o Joaquim Américo e o Couto Pereira (fato que se repete neste fim de semana). Agora, o problema é na esfera jurídica. O clube foi denunciado pelo árbitro gaúcho Fabiano Gonçalves, que comandou o jogo frente ao Criciúma e teve problemas com a torcida.

O juiz alega que foram arremessados objetos e “um pedaço de concreto” sobre o trio de arbitragem e os policiais. O Paraná será julgado na próxima semana e o artigo 300 do CBDF prevê perda de mando de até três jogos. Caso a punição seja máxima, o Tricolor teria que jogar fora de Curitiba contra Fluminense, Coritiba e São Paulo. Pior: o estádio escolhido não poderá estar em distância inferior a 150 quilômetros da capital paranaense. Notificado, o clube já acionou seu departamento jurídico para preparar a defesa.

O problema surge exatamente na semana onde o Paraná vislumbrava a possibilidade de retornar ao Pinheirão a partir do clássico do dia 14 de setembro. O estádio da Federação Paranaense de Futebol ainda está em obras, mas o ritmo é acelerado e três dos quatro novos lances de arquibancada – na curva de entrada do Pinheirão – já estão concluídos. Com a definição do jogo da seleção brasileira para Curitiba, no mês de novembro, o objetivo do presidente Onaireves

Moura é terminar a ampliação das arquibancadas das duas curvas.

Por isso, o Paraná aceitou a mudança dos jogos contra Guarani e Fluminense para o Couto Pereira, na certeza que a partir do mês que vem terá o Pinheirão ampliado e pronto. As obras na curva de fundos já tiveram início, assim como a construção do fosso para o elevador de acesso às cabines de imprensa e camarotes. Agora, os planos do Paraná podem “cair por terra” se houver punição pela suposta “tentativa de agressão” ao árbitro Fabiano Gonçalves. Recentemente, o São Paulo perdeu dois mandos devido à ação de seus torcedores, que agrediram atletas da Ponte Preta na saída do Morumbi.

Voltar ao topo