É dia de Atletiba. Com todos os seus segredos

É normal. Sempre que Coritiba e Atlético se enfrentam, há uma guerra de nervos envolvendo os dois maiores rivais do futebol paranaense. E uma das armas é a transferência do favoritismo de um para outro lado.

Só que no jogo de hoje, às 18h, no Couto Pereira, quase ninguém discorda do momento mais favorável do Cori, dando ao dono da casa um status de favorito mais justificado dos últimos anos. Esse é apenas um dos ingredientes do Atletiba 316, o primeiro após a aplicação do Estatuto do Torcedor.

Entende-se quando o Coritiba é citado como favorito. A tabela do campeonato brasileiro mostra o Alviverde em quarto lugar, com 20 pontos (a quatro dos líderes), e o Atlético na décima-primeira posição – só que apenas três pontos distante do rival. Além disso, o Cori joga com quase todos os seus titulares, enquanto o Rubro-Negro não terá seus principais jogadores (Adriano, Kléberson, Ilan e Dagoberto). Para completar, o Coxa não perde Atletibas no Couto Pereira desde 1999.

Só que toda essa vantagem é esquecida no lado coxa. Isso porque as últimas vitórias alviverdes no clássico tiveram justamente o componente contrário como combustível. Sempre que podia, o Coritiba jogava o favoritismo para o lado atleticano, que parecia não lidar direito com o fato – o resultado acabava favorável ao ?mais fraco?. Exemplo claro aconteceu no paranaense de 2001, quando o então capitão atleticano Nem ?engoliu? a armadilha de Ivo Wortmann e acabou dando ao Cori motivação extra para vencer o clássico em pleno Joaquim Américo por 3×2.

Por isso, o técnico Paulo Bonamigo pediu muita atenção aos jogadores nessa semana. “Nós conversamos muito, e deixamos bem claro que esse é um assunto da imprensa. Não vamos falar nem aceitar isso”, resume o meio-campista Tcheco, que vai disputar seu terceiro clássico. Talvez para animar seus jovens jogadores, o treinador atleticano, Osvaldo Alvarez, disse em entrevistas que realmente não há favoritos.

Vadão, por sinal, foi um dos personagens da semana. Ele comandou treinos secretos em dois dias, e mantém segredo sobre a escalação. Perguntado sobre novidades, respondia com outra pergunta. “Novidades eu quero sobre o Coritiba”, dizia. Tanto mistério fez o treinador parar seu trabalho ao perceber um helicóptero de uma emissora de TV que sobrevoava o CT do Caju. Já no CT da Graciosa, o helicóptero trouxe Melissa, a esposa de Edinho Baiano, que fez uma homenagem ao jogador no Dia dos Namorados.

Se o mistério de Vadão foi contagioso, ninguém sabe, mas no Coritiba ele também apareceu. Bonamigo sempre dizia que a equipe estava escalada, mas que não era a hora de dizê-la. Preparem-se, portanto, para mais um capítulo dessa guerra de nervos, que vai durar até o apito de Luciano Augusto Almeida. Aí, os nervos estarão à flor da pele – afinal, terá começado mais um Atletiba.

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