E a história se repete 36 anos depois da Copa de 66

Daejeon (AE) – Em decisão dramática, foi definido o último país integrante das quartas-de-final da Copa de 2002. A Coréia do Sul será a adversária da Espanha no jogo de sábado, às 3h30, em Gwangju. Numa trágica repetição da Copa da Inglaterra/66, quando a Coréia do Norte eliminou a Itália, 36 anos após a “Squadra Azul” foi desclassificada ontem pelos sul-coreanos, na prorrogação, após empate por 1 a 1 no tempo normal. Vieri marcou para a Itália aos 18′ do primeiro tempo e Seol empatou aos 43′ do segundo. Ahn, que havia desperdiçado um pênalti no começo da partida, fez o gol da classificação na prorrogação.

A torcida coreana lotou o estádio, transformou-o em um caldeirão vermelho de barulhentos torcedores que tentaram tirar a concentração dos jogadores italianos. Com a pressão coreana nos primeiros minutos, Panucci cometeu pênalti em Seol, mas Ahn Jung Hwan cobrou na mão de Buffon. Os orientais sentiram a perda. A Itália colocou-se em vantagem. No escanteio cobrado por Totti, Vieri concluiu de cabeça. Quando a Coréia se recuperou do pênalti perdido e do gol sofrido encontrou a Itália totalmente estruturada, ocupando espaços, cuidando da marcação.

No segundo tempo o jogo se transformou em autêntica batalha pela posse da bola, com jogadas violentas de ambas as partes. Sem conseguir o empate, a Coréia partiu para o desespero. Atacava muito, mas falhava nas conclusões. A Itália procurava segurar o resultado, marcando forte e só atacando quando possível. De tanto insistir, a equipe da casa chegou ao empate. O empate forçou a prorrogação. A Coréia esteve melhor no primeiro tempo e a Itália no segundo. Mas Anh, que havia desperdiçado o pênalti, fez o gol de ouro aos 10 minutos, classificando a Coréia e eliminando a Itália.

Ingleses não têm segredos

Hamamatsu

(AE) – O técnico da seleção brasileira, Luiz Felipe Scolari, afirmou ontem que não existem segredos entre Brasil e Inglaterra, que se enfrentam na sexta-feira, pelas quartas-de-final da Copa. “Sei tudo sobre os ingleses”, garantiu.

Segundo o treinador, a Inglaterra foi uma das oito seleções estudadas pela comissão técnica antes da Copa do Mundo. O fato de os ingleses terem assistido ao jogo contra a Bélgica não incomodou Felipão. “Eles também sabem tudo sobre nossa equipe, nem precisavam ter ido ao estádio”, justificou.

A bola parada de David Beckham, forte arma dos ingleses, também não é mistério para o Brasil. “Sabemos onde 90% das bolas do Beckham caem e, assim, vamos poder treinar melhor nossos jogadores”, conta Felipão, comparando o inglês ao paraguaio Arce, velho conhecido de Grêmio e Palmeiras. “Teremos de cometer o menor número de falhas possível.”

Felipão disse ainda que não pretende fazer uma marcação especial em algumas estrelas da Inglaterra, como Beckham e Owen. “Reconheço os destaques individuais, mas estou mais preocupado em marcar todo o time da Inglaterra”, afirmou.

Em princípio, Felipão disse que não pensa em fazer modificações na equipe para a partida de sexta-feira. Qualquer alteração pode acontecer até 24 horas antes do jogo. Hoje, está previsto um coletivo.

Felipão acredita que um lance de improvisação de algum atleta poderá decidir a partida contra a Inglaterra. Foi assim, de certa forma, na vitória por 2 a 0 contra a Bélgica. “Não quero atrapalhar a criatividade dos jogadores”, ressalta.

Ontem, os reservas treinaram em Miyakoda, nas proximidades de Hamamatsu. Os titulares fizeram relaxamento muscular na piscina do hotel.

“Rivaldo é Pelé de hoje”

Kobe

(AE) – Terminado o treino, os jogadores ingleses caminham até uma cerca, onde estão jornalistas de todo o mundo. Beckham, o mais assediado, tenta explicar que jogar contra o Brasil é sempre uma tarefa muito difícil, quando alguém tenta animar o craque do time usando o velho argumento de que o Brasil não tem mais Pelé.

“Mas tem Rivaldo”, é a resposta rápida de Beckham. “Rivaldo hoje é o Pelé do Brasil. É um jogador sensacional”, afirma. Ele diz que a admiração é antiga, mas deixa claro que aumentou após a partida contra a Bélgica, que foi assistir no estádio.

Para Beckham, o jogo não terminou 0 a 0 e foi para a prorrogação apenas por um motivo. “Rivaldo não deixou. Ele resolveu o jogo para o Brasil, acabou com o problema. Os belgas foram valentes, fizeram tudo direito, mas houve um descuido e Rivaldo fez aquele belo gol. Para ganharmos do Brasil, não podemos ter nenhum descuido porque eles têm jogadores como Rivaldo e Ronaldo que mudam a história de uma partida”.

Assistir ao jogo foi uma decisão que só trouxe alegrias a Beckham. “Eu me diverti muito, foi sensacional. O jogo foi bom e eu até discordo dos que falaram que a Bélgica pressionou muito. Acho que eles tiveram poucas chances, o domínio foi mesmo do Brasil. O time tem muitas opções de jogo”.

As camisas amarelas que lotaram o estádio também impressionaram o inglês. “É uma torcida muito animada, divertida. Os outros times que enfrentamos tinham torcida sem muita força, acho que eram pessoas daqui mesmo. A do Brasil é como a nossa, muito animada, entende de futebol. E tem muitas mulheres bonitas também”.

Os elogios são muitos, mas ele tem certeza que pelo menos nesse aspecto, a vitória está garantida. ‘Me contaram que os japoneses estão conosco e estarão no estádio com a nossa camisa. Tenho certeza que teremos mais torcida do que os brasileiros”.

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