Duelo de primos no Couto Pereira

O time de pelada da família Santos é, provavelmente, o mais forte que já existiu em Curitiba. “Ninguém quer enfrentar a gente”, sorri Ney Santos, 39 anos, ex-meia do Paraná Clube e “patriarca” da geração de boleiros que compõem a equipe dos rachões de final de temporada.

A família, porém, viverá um breve momento de divisão, quando dois membros se enfrentam, pela 1.ª vez, numa partida da Série A do Brasileirão. Os primos João Henrique, 25 anos, do Coritiba, e Lúcio Flávio, 29, do Botafogo, têm encontro marcado para as 18h20 de hoje, no Couto Pereira.

As mães deles são irmãs e eram vizinhas no Conjunto Áquila, em Pinhais, quando os jogadores davam os primeiros passos. Era uma piazada que acabou seguindo o mesmo rumo: além de Lúcio, outros dois filhos de dona Maria Lúcia Almir, hoje com 26 anos, e Bruno, 23 – viraram profissionais, mas de futsal. Os dois jogam em equipes da divisão principal na Itália. E dona Tuda gerou João Henrique e Dudu, 26 anos, que também se profissionalizou no então Malutrom e jogou com o irmão no Botafogo, de Ribeirão Preto (SP), no início de 2008.

Mascotes

A inspiração de todos os primos foi o tio Ney Santos, irmão de Tuda e Maria Lúcia. Volante formado na base do antigo Colorado e que atuou nos tempos áureos do Paraná, nos anos 90s, Ney levava a penca de sobrinhos para entrar em campo com o Tricolor. Mais tarde, encaminhou os meninos para as categorias de base do clube. E, curiosamente, no final da carreira enfrentou duas vezes o mais velho deles em 1999, quando defendia o Prudentópolis e Lúcio Flávio começava a se firmar no Paraná.

Após encerrar a carreira, Ney virou procurador dos sobrinhos. Mais que isso, orientava os rumos que deviam tomar. Almir, por exemplo, chegou a jogar no júnior do Paraná, mas mostrava-se insatisfeito. “Ele detestava treinar futebol de campo. Falei que não adiantava, que devia procurar aquilo que gostasse. Hoje está feliz no futsal”, conta Ney. Como Lúcio Flávio, o mais famoso dos sobrinhos, ganhou experiência com suas andanças e hoje faz seus contratos sozinho, o tio volta as atenções aos demais. Especialmente Dudu, que atualmente está desempregado. “Ele tem qualidade, como o João Henrique. Ainda espero que ganhe oportunidade em um time grande”, falou Ney.

E tudo indica que a ligação da família com o futebol vai continuar. Otávio, 15 anos, Gustavo, 13, e Alessandro, 13, filho e sobrinhos de Ney, jogam nas categorias de base do Paraná e no futsal da AABB, respectivamente.