Domingos Moro prepara defesa do Atlético e de Lopes

Os incidentes ocorridos no intervalo do jogo entre Atlético e Flamengo, no último domingo, na Arena, foram registrados em súmula pelo trio de arbitragem. Porém o teor não foi tão carregado como muitos imaginavam. Obviamente que, diante das informações, o Furacão e o treinador Antônio Lopes devem ser denunciados ao STJD.

Pela avaliação do trio do apito, o público presente na Arena teve comportamento considerado “ruim”, assim como a comissão técnica do time paranaense. Também foi relatado o arremesso de um objeto para dentro do gramado vindo da torcida atleticana, localizada ao lado do acesso ao vestiário.

“Informo que foi arremessado uma revista UH! Caldeirão (foto), com 10 páginas, que estava dobrada. Não atingiu ninguém. A referida revista está em anexo”. Essa citação deverá colocar o clube como réu no artigo 213 do CBJD que refere-se a não tomar providências em seu campo de jogo. A punição é a perda de mando de campo.

Para o advogado Domingos Moro não está caracterizado que houve o arremesso do objeto para dentro do campo. “Não há prova de que foi atirada. Todos recebem a revista, inclusive profissionais de imprensa. Alguém pode ter deixado cair, já que foi encontrada naquela área onde ficam os repórteres. Por ela estar dobrada isso reforça minha hipótese que alguém leu, dobrou e deixou cair”, explicou Moro.

Em caso de punição, o advogado ressalta que o Atlético ainda é réu primário, já que foi absolvido no pleno do STJD quanto aos incidentes registrados no Atletiba de 17 de julho, apesar de ter cumprido jogo de punição em Londrina, contra o Fluminense.

Caso Delegado

A atitude de entrar no gramado após ter sido expulso, no intervalo do jogo, e ter afrontado o auxiliar Altemir Hausmann pode resultar em punição a Antônio Lopes. No entanto a defesa rubro-negra interpreta o fato de maneira bem diferente.

Na súmula, a ação do Delegado foi descrita assim: “Expulsei ao término do 1.º tempo quando estávamos ainda dentro de campo, quando fomos interpelados por Antônio Lopes que permaneceu na nossa frente, aproximadamente 3 metros, impedindo nosso deslocamento, reclamando e gesticulando com a cabeça. Antes do reinício, o mesmo voltou ao seu reservado e, ao ser comunicado da expulsão pelo 4.º árbitro, adentrou no campo, criando tumulto que durou 6 minutos até a sua saída, acompanhado pela Polícia Militar”.

O departamento jurídico tentará descaracterizar o conteúdo da súmula. O diretor de futebol, Ocimar Bolicenho, afirmou que Lopes retornou ao gramado por não ter sido avisado de sua expulsão.

Ele acredita que o relato do trio foi um pouco exagerado e que prevaleceu o discurso do auxiliar que, em sua visão, apresentava-se nervoso desde o início da partida.

O advogado Domingos Moro segue na mesma linha do diretor. “Tem algo errado. Se tivesse sido avisado da expulsão, o Lopes não voltaria a campo. Ele não é moleque, é um profissional experiente. Pelo que apurei, a notícia de que Lopes foi expulso foi dada pela arbitragem na volta ao campo. E é isso que vamos provar”, afirmou.

Caso consiga demonstrar essa sua tese, Moro praticamente anula o valor das acusações, pois tudo transcorreu posteriormente a expulsão do técnico. Caso Lopes fosse avisado da exclusão ainda no intervalo da partida, o atraso no reinício do jogo e a confusão com o auxiliar teriam sido evitadas. Assim as acusações perdem a validade.

STJD

Além do relato da súmula, as imagens das emissoras de televisão sobre o incidente também deverão ser analisadas pela promotoria do STJD.