Bastou o time engrenar para os primeiros boatos sobre possíveis transações surgirem. E os ?alvos? não poderiam ser outros senão Maicosuel e Leonardo, principais referências do Paraná Clube nesta temporada. A diretoria nega ter recebido qualquer proposta e garante que a intenção é segurar a dupla pelo menos até o fim do ano. ?É o melhor para o clube, para os jogadores e para os investidores. A valorização, em dezembro, será muito maior?, disse o vice de futebol José Domingos.
O Tricolor, no entanto, sabe que o período pós-Copa será de muitas especulações e os destaques do time acabarão assediados por empresários e clubes do exterior. ?A não ser que seja uma proposta extraordinária, não tem conversa?, assegurou José Domingos. ?São jogadores em evidência e esperamos mesmo que eles continuem se valorizando, realizando grandes jogos.? Ninguém confirma, mas um empresário com trânsito internacional – Léo Rabello – já teria solicitado prioridade para negociar Maicosuel e Leonardo para o exterior.
?Não sei de nada?, garante Leonardo. ?Estou focado no campeonato. Mas, também não sou de fazer média. Se surgir algo bom para o clube e para mim, não tem como não negociar. Todos buscam uma valorização profissional?, disse. O atacante sabe que dificilmente terá como destino outro clube brasileiro. Por isso, não teme atingir o limite de seis jogos, estabelecido pelo regulamento para que jogadores possam trocar de clube na Série A. Leonardo faz amanhã a quinta partida neste Brasileirão.
A mesma regra se aplica a Maicosuel. O meia-atacante já fez seis jogos e está escalado para enfrentar o Santa Cruz. A partir daí, só poderia ser negociado com clubes do exterior. ?É algo que não nos preocupa, pois reafirmo: não temos proposta por nenhum jogador e nossa idéia é investir nesses atletas?, disse José Domingos.
É o caso do atacante Leonardo. Metade de seus direitos federativos pertence ao Paraná e o restante é da Energil-C (antiga patrocinadora do Cruzeiro) e do Vitória.
?Já estamos negociando a compra desses percentuais?, afirmou Domingos. O Paraná também deve exercer seu direito de compra de parte dos direitos federativos do zagueiro Gustavo, cujos valores estão estipulados. ?Nossa meta é qualificar esse grupo para consolidar uma posição de destaque no Brasileiro. Acredito que esse não é o momento para se pensar em venda de atletas. A não ser que surjam valores realmente irrecusáveis?, finalizou o dirigente.
Caio exige respeito e superação
Mais do que o posicionamento da equipe, o técnico Caio Júnior procurou orientar o grupo sobre a situação do clube na tabela do Brasileirão. O Paraná Clube recebe amanhã o ?lanterna? Santa Cruz – às 20h30, no Pinheirão – buscando saltar para um novo grupo na competição. Mesmo ocupando a 13.ª posição, o Tricolor tem apenas um ponto a mais que Flamengo e Ponte Preta, que integram a zona de rebaixamento.
?A vitória é fundamental para a gente deixar esse grupo e passar a perseguir de perto os times que estão na ponta de cima da tabela?, explicou Caio Júnior. Para isso, o treinador arma um time ofensivo, mas sem fugir às características que fizeram do Paraná um time equilibrado ao longo da temporada. No 3-6-1, o Tricolor quer encurralar o adversário, sem dar espaços para os contragolpes.
?No Brasil, há a cultura que o lanterna é fraco. O Santa Cruz tem um time de qualidade e experiente. Vi os três últimos jogos deles?, comentou Caio. ?Não tem essa história de achar que se vence o jogo ao natural.? Na visão do técnico, contra Palmeiras e Juventude o time pernambucano fez bons jogos e diante do Botafogo poderia ter tido melhor sorte. ?Não tem moleza nesse campeonato. Só se vence com superação e é isso que vamos buscar nessa quinta-feira?, afirmou Caio Júnior.
Sem mistérios, confirmou o time após o coletivo, com apenas uma mudança: Edinho reaparece na ala-esquerda, recuperado de lesão. Mesmo com Felipe Alves liberado pelo departamento médico, Batista foi escalado no meio-de-campo, ao lado de Serginho. Na segunda metade do treinamento, Caio Júnior trabalhou uma situação de jogo, armando um time altamente ofensivo. Trocou Serginho por Cristiano e o Tricolor passou a contar com quatro jogadores de ataque.