Depois da glória, Clássico do Café vira luta de equipes desesperadas

A diferença é brutal. No final de 1981, Grêmio Maringá e Londrina se enfrentaram em duas grandes partidas (televisionadas para todo o Estado) na decisão do campeonato paranaense, com vitória do Tubarão. Naquela época, jogadores como Carlos Alberto Garcia, Paulinho, Neneca (pelo Londrina) e Rubens, Paulinho e Isaías (pelo Grêmio) eram ídolos no Norte, e as duas equipes eram representantes paranaenses no campeonato brasileiro.

Agora, a realidade é outra. Os dois times viveram períodos de decadência explícita. Desde 92, quando foi campeão, o Londrina não monta um time competitivo, e o Grêmio mudou de nome, de CGC e de “dono? diversas vezes. Resumo disso é o clássico desta tarde (16h), no estádio Willie Davids: não há nem rastro da empolgação que tomava conta da região naqueles clássicos históricos.

Mas é um clássico – o primeiro em quatro anos -, e isso envolve uma série de atitudes. Os técnicos Pinho e Roberto Fernandes, que estão ameaçados (como todos os técnicos que não conseguem resultados), escondem o jogo e prometem alterações nas equipes. Os jogadores se mostram mais animados que o normal, e a promessa é de um jogo disputado, que lembre pelo menos um pouco a tradição do Clássico do Café. Até porque quem perder pode se complicar ainda mais no campeonato paranaense.

Talvez por isso, Roberto Fernandes – o principal ameaçado – não anuncia a escalação do Londrina. O treinador pensa em sacar um dos três zagueiros, abandonando o esquema tático usado contra o Coritiba, na quarta-feira. Assim, Márcio Santos (que foi o que mais penou com os coxas Edu Sales e Marcel) deve ser sacado do time. Na frente, Zaltron deve ter a companhia de Fábio Zeni, apesar de Valdeir ter feito o único gol do Tubarão na quarta.

O time da casa também deve ter mudanças em relação à equipe que empatou com o Cascavel no sudoeste. O técnico Pinho vai escalar Fábio Gomes na lateral-direita – o improvisado meio-campista joga apesar de ter sido picado no rosto por um marimbondo, deixando sua face deformada. Osni, que vivia sofrendo com contusões, finalmente foi liberado, e entra no lugar de Val Baiano.

Como era de se esperar, o clima do clássico está formado. A expectativa é de um bom público (os ingressos de cadeira custam R$ 15, os de arquibancada R$ 10 e menores e mulheres pagam R$ 5) e há a pressão habitual para uma partida dessa projeção. Pena que seja para fugir das últimas colocações, e não para conquistar títulos, como os torcedores gostariam de ver.

Ficha técnica

Grêmio Maringá: Rondinelli; Fábio Gomes, Moreira, Dezinho e Kanu; Marco Antônio, Josemar, Ferreirinha e Leonardo; Gérson Lentes e Osni. Técnico: Pinho.

Londrina: Serginho; Jamur, Marcão, Dé (Márcio Santos) e Fabinho; Rocha, Dário, Valdeir e Márcio Alan; Zaltron e Fábio Zeni. Técnico: Roberto Fernandes.

Local: Willie Davids (Maringá). Horário: 16h. Árbitro: Evandro Rogério Roman. Assistentes: Adilson de Oliveira e Pedro Amarildo Buchmann

Outros jogos

Toda a rodada do Paranaense acontece às 16h, e além dos dois clássicos e da partida do Atlético, serão realizadas as seguintes partidas: Paranavaí x Malutrom (no Waldomiro Wagner), Roma x Prudentópolis (no Bom Jesus da Lapa), União Bandeirante x ADAP/Ponta Grossa (em Vila Maria), Portuguesa Londrinense x Iraty (no VGD) e Rio Branco x Cascavel (na Estradinha). (CT)

Voltar ao topo