Defesa é o ponto alto no novo Paraná Clube

O técnico Paulo Comelli nunca fez rodeios quanto à sua preferência tática. Não gosta e pouco aplica o sistema com três zagueiros. Desde a sua chegada, isso só ocorreu em dois momentos pontuais. Com persistência, conseguiu implementar o 4-4-2, quebrando uma barreira interna no clube.

Nos últimos anos, o Paraná Clube sempre conseguiu objetivos atuando num 3-5-2 clássico. Na prática, o sucesso se deve ao perfil dos jogadores escolhidos pelo treinador. Com zagueiros rápidos, a estratégia deu certo e, mesmo com o constante rodízio, o setor vem mantendo a regularidade.

No returno da Série B, em dez jogos, o Tricolor sofreu onze gols. Uma média que tende a cair, na avaliação da comissão técnica. “Tivemos trabalho para montar o time. Agora, as coisas estão se encaixando”, afirma Paulo Comelli.

Os números dão esse indicativo. Afinal, destes gols sofridos, seis foram nos jogos contra Avaí (3×1) e Bragantino (3×0). Nos últimos seis jogos, a zaga paranista só foi vencida quatro vezes. Ao que tudo indica, a dupla ideal, hoje, é formada por Daniel Marques e Fabrício. Mas Leandro segue na briga por uma vaga.

E sábado – às 16h, no Alfredo Jaconi -, Leandro tem presença assegurada como titular. Ele volta a formar dupla com Daniel Marques, diante da ausência de Fabrício, suspenso.

A rigor, mesmo com apenas dois zagueiros, Paulo Comelli tem três titulares no setor. Nas últimas dez partidas, Leandro foi titular sete vezes, sendo que Daniel Marques e Fabrício vêm logo atrás, com seis participações como titulares.

“Creio que todos estão muito bem. Por isso, não há constrangimento em ficar no banco de reservas. Só onze podem jogar”, afirma Leandro. Na última jornada, ele ficou na suplência, entrando apenas no final, depois da lesão do capitão Agenor. “Acho que eu cometi alguns deslizes. Vinha tomando muitos cartões”, admitiu Leandro, que levou quatro amarelos e um vermelho neste período.

Na sua avaliação, essas advertências têm dois motivos. “Sinceramente, acho que na Série B os árbitros exageram um pouco nos cartões”, comentou. “Naquele jogo em que fui expulso, contra o América de Natal, acho que nem falta foi”.

A outra causa está ligada diretamente ao novo estilo de jogo, que ele está recuperando no Paraná. “Nos últimos anos, fiquei muito tempo jogando na sobra. Com isso, a gente perde um pouco aquela característica de chegar junto com o adversário”, lembrou Leandro. “Mas agora já peguei o jeito”, garante.

Daniel Marques e Leandro terão a missão de parar o ataque do Juventude, que não se mostra tão eficiente assim. Com 36 gols marcados, o alviverde gaúcho ocupa apenas o 13.º lugar na artilharia da Série B. Já o Tricolor, por conta do péssimo primeiro turno, tem a 10.ª defesa mais vazada da competição.