De volta, Guardiola diz que sentia falta de ser técnico

Anunciado na última quarta-feira como novo técnico do Bayern de Munique, Pep Guardiola afirmou que resolveu dar continuidade à carreira, entre outras motivos, por principalmente ter sentido falta de exercer o ofício prático de um comandante em uma equipe de futebol. O espanhol fez história ao se tornar o treinador mais vitorioso do Barcelona, do qual pediu demissão em maio do ano passado, e agora espera poder iniciar uma jornada de sucesso pelo time alemão a partir de julho, quando assumirá o atual vice-campeão europeu.

No último dia 7 de janeiro, Guardiola, de 41 anos, já havia anunciado que voltaria a treinar um time de futebol a partir da próxima temporada do futebol europeu porque se sentia ainda muito jovem para dar fim à carreira de técnico. Naquele mesmo dia, pouco mais de uma semana antes de confirmar o seu acerto com o Bayern, o comandante afirmou, em entrevista ao site oficial da Fifa, publicada apenas nesta quinta-feira, que sentiu falta do “futebol em si” durante o período em que esteve desempregado no ano passado.

“(Entender) como um time joga, como você pode derrotá-lo, aquelas peculiaridades específicas sobre os jogadores que você tem e pode utilizar para ganhar uma partida. Ao menos para mim, é isso que me faz estar neste esporte. Se não fosse por isso… (pensa) Todo o resto não é uma coisa da qual você precise constantemente. Posso viver perfeitamente sem as outras coisas. E digo mais: vive-se muito melhor sem elas. Mas o futebol em si é uma delícia”, ressaltou Guardiola.

Em seguida, o técnico destacou o principal motivo que o faria aceitar a proposta de um determinado clube, que no final das contas acabou sendo o Bayern. Ao ser questionado sobre o que um projeto precisa para seduzi-lo, ele respondeu: “Como para todos os treinadores, que alguém queira você. É simples assim. Suas ambições, por melhor que você tenha ido antes, não mudam. Sentir-se querido é a coisa mais importante na vida. Querido pelas pessoas ou por um clube, tanto faz. O que conta é eles mostrarem que o querem e você imaginar que pode se divertir. Como disse quando cheguei ao Barcelona: meu objetivo não é ganhar títulos no final da temporada, mas conseguir que todos se divirtam e que os jogadores tentem fazer o que você acredita ser o melhor para ganhar os jogos. A ideia é sentir prazer com o futebol”.

Guardiola ainda lembrou que, antes de assumir o time principal Barcelona, foi visto com grande desconfiança pela maioria das pessoas dentro do clube, embora já tenha anteriormente traçado uma carreira vitoriosa pela equipe como jogador.

“Quando comecei no Barcelona, uns 86% ou 87% das pessoas não me queriam lá. Agora, como as coisas deram certo, surgirão clubes mais interessados em mim. Essas coisas acontecem e você não pode controlar. Fizemos o que fizemos todos juntos, graças a várias pessoas, e guardo todas as lembranças de tudo que vivi nestes anos. Podem falar o que quiserem, o que vivi é meu e ninguém pode tirar de mim”, enfatizou, festejando o fato de hoje ter as portas abertas em clubes de todo mundo, devido ao sucesso estrondoso conquistado no time espanhol. “Ganhamos muita coisa e, por isso, agora me querem um pouco mais do que na época em que comecei, quando apenas três ou quatro pessoas no Barcelona acreditavam em mim”, completou.

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