Dagoberto é peça fundamental no esquema de Levir

O atacante Dagoberto está de volta ao time do Atlético após cumprir suspensão automática e preparado para mais uma temporada de caça. Amanhã, mesmo sem a confirmação do técnico Levir Culpi, ele deverá ter presença garantida na partida contra o São Caetano. Habilidoso e veloz, o jogador tem sido o alvo principal das zagas adversárias, que o perseguem durante as partidas, muitas vezes com a condescendência da arbitragem. Apesar disso, o artilheiro garante que não vai pipocar e, a cada provocação, promete ir para cima com mais vontade.

“Eu entro em campo para jogar futebol. A minha mentalidade é sempre essa, mas muitas vezes as pessoas interpretam de outra maneira. Dizem que você é um cai-cai, mas quem está assistindo aos jogos está vendo o que está acontecendo”, desabafa. Segundo ele, os zagueiros tentam intimidá-lo de maneira violenta, mas não vão conseguir. “Eu estou tranqüilo e vou procurar fazer a mesma coisa. Se bater, eu vou para cima de novo”, dispara.

O jogador revela que alguns zagueiros chegam até a pedir para ele não tentar o drible. “O pessoal dá uma e fala: pô, não vem para cima que vai levar. Mas, eu vou para cima de novo”, revela. Por enquanto, Dagoberto garante que isso não vai afetar seu desempenho em campo. “Acho que eu estou nesse mundo da bola fazendo o que é uma característica minha e conquistando muitas coisas, graças a Deus. Mas, aos poucos eu vou aprendendo a trabalhar mais a bola com jogadas onde não apanho tanto”, destaca.

O papo mais inusitado que ele ouviu dentro de campo foi o do zagueiro Claudiomiro, do Grêmio, num confronto do ano passado. “Ele me disse: ô, moleque, pára de correr um pouco. Aí eu falei para ele: você está feito, eu estou correndo atrás do prejuízo”, brinca.

Diplomático, ele prefere não entrar em atrito com as arbitragens, que não raras vezes fazem vistas grossas para a pancadaria. “O que nós conversamos com o árbitro é apenas um cartão que você pede, fala, mas, eu estou tranqüilo e procurando esquecer essa parte de juiz e fazer o que eu sei fazer, que é jogar futebol”, diz.

Estatísitcas

Segundo levantamento da Folha de S. Paulo, o Atlético é o time que mais dribla no Campeonato Brasileiro. A média é de 19,4 dribles por jogo. O atacante Dagoberto é o segundo maior driblador da competição, com média de 5,9 por partida (atrás apenas de Róger, com 8,0). Ainda individualmente, o artilheiro Washington se destaca por ser o maior finalizador do certame, com 4,1 conclusões por jogo.

Levir quer o time ideal para o “pior jogo”

Além do atacante Dagoberto, o técnico Levir Culpi terá os retornos do meia Jádson e, talvez, do zagueiro Fabiano para enfrentar o São Caetano, às 20h30 de amanhã, no Anacleto Campanela. Tanto o atacante quanto o meia cumpriram suspensão automática e estão à disposição do treinador. Já Fabiano se recupera de fadiga muscular, treinou normalmente ontem, mas depende de novas avaliações médicas para poder atuar contra o Azulão. Levir, como é praxe, não conversou diretamente sobre o time, mas a tendência é ele escalar promover a volta dos três.

Contra o Azulão, o treinador espera a partida mais difícil fora de casa do Campeonato Brasileiro. “Eu acho que o São Caetano talvez tenha o elenco mais completo na competição. Não estão tendo os resultados que eles queriam, mas é sempre uma equipe muita forte”, destaca. De acordo com ele, como o estádio do Azulão é pequeno e não tem um bom gramado, a projeção é de um jogo muito espirrado. “Bola na área, jogo de abafa. É uma situação física muito forte. Então, o São Caetano é uma equipe muito competitiva”, analisa.

Ontem, Levir comandou treinamentos táticos em campo reduzido. O meia Fernandinho saiu mais cedo do treino de ontem alegando dores na coxa esquerda, reflexo de uma pancada na partida contra o Grêmio. Em princípio, ele não preocupa para a partida de amanhã. Hoje, o técnico poderá comandar um trabalho de conjunto no último trabalho antes da viagem para São Caetano do Sul. A tendência é que a equipe forme com Diego; Marinho, Fabiano (Marcão) e Rogério Correia; Pingo, Alan Bahia, Fernandinho, Jádson e Ivan; Dagoberto e Washington. Assim, Ilan e Morais voltariam para o banco de reservas.

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