Curitibanos na Seleção Brasileira de Esgrima

A Seleção Brasileira de esgrima que disputará os Jogos Pan-Americanos Rio 2007, de 13 a 29 de julho, é quase uma seleção curitibana. Dos três competidores, dois são de Curitiba, os irmãos Athos e Ivan Schwantes, que formam a seleção ao lado do paulistano Roberto Lazarini.

Athos, 21 anos e Ivan, 26, são apoiados pela Lei Municipal de Incentivo ao Esporte, da Prefeitura de Curitiba. Eles são filhos de Ronaldo Schwantes, que conquistou com a equipe brasileira uma medalha de bronze no Pan do México, em 1975. Desde então, o Brasil não conquistou nenhuma medalha de esgrima em pan-americanos. ?Nosso desafio também é familiar. Queremos repetir o feito de nosso pai e trazer mais uma medalha para casa?, diz Ivan.

Para conseguir a conquista, os dois treinam de 6 a 8 horas por dia, de segunda a sábado. ?Estou focado nisso, treinando muito. Desde que o Pan de Santo Domingo (2003) terminou, já penso na competição do Rio?, afirma Athos. No ano passado, Athos foi tetracampeão do 20.º Pan-Americano Juvenil de Esgrima, na Colômbia. Em Santo Domingo, ele fez parte da equipe brasileira que terminou em 7.º lugar, mesmo resultado de Winnipeg, em 1999. ?Em 2003, era meu primeiro Pan, estava meio deslumbrado. Hoje estou muito mais preparado?, diz Athos, que aponta como seus maiores adversários a Venezuela e os Estados Unidos. ?Vamos correr por fora pelo pódio?, aposta.

Para o técnico da seleção, Oleg Fomim (ex-técnico da seleção russa), além de Estados Unidos e Venezuela, o Canadá também deve atrapalhar o Brasil. ?Mas os garotos de Curitiba têm muita fibra e são muito disciplinados nos treinos?, diz.

Esgrima de pai pra filhos

Ronaldo Schwantes, pai dos esgrimistas Athos e Ivan, é professor de educação física e vice-diretor da Escola Municipal de Educação Especial Helena Antipoff, no Boqueirão, e instrutor de esgrima no Círculo Militar. Sua última participação em jogos pan-americanos foi na Venezuela, em 1983, quando a equipe brasileira ficou em 4.º lugar. A equipe do Canadá, que havia ficado com a medalha de bronze pela 3.ª colocação, foi eliminada por causa de doping. Por direito, a medalha deveria ser entregue à equipe brasileira. ?Mas até hoje não vimos nem a cor do metal?, lamenta Ronaldo.

Ele sempre incentivou os filhos a praticar esportes para melhorar o desempenho socioeducacional, mas garante que nunca os forçou a optar pela esgrima. Ronaldo levava os meninos para as competições nacionais e internacionais. ?O Ivan, quando tinha um ano e meio, foi flagrado pela mãe brincando com uma das espadas, no clube Santa Mônica. Mas ele começou a treinar mesmo aos 15 anos de idade. O Athos começou mais cedo, aos dez anos.?

O pai não esconde a satisfação de ter os dois filhos no Pan Rio 2007. ?Se eu disser que não fiquei feliz quando eles começaram a praticar a esgrima, estaria mentindo. E ser o pai de mais da metade da seleção brasileira é sensacional. Estou orgulhoso e com certeza sou, para eles, sua maior platéia?.

Na esgrima, o que faz a diferença é o equilíbrio mental. A prática desse esporte é toda baseada no controle emocional. Desenvolve muito o reflexo porque durante o jogo as respostas são imediatas. ?É um esporte que exige bom preparo físico e muita maturidade, por isso pode ser praticado por pessoas com idade entre 25 e 35 anos. Não há necessidade de começar muito cedo, como o tênis ou a natação, por exemplo?, diz Ronaldo Schwantes.

A esgrima não é um esporte caro nem perigoso, mas ainda não é um esporte muito divulgado. As crianças, quando procuram as aulas, o fazem geralmente influenciadas pelo cinema, que mostra o lado mais plástico da esgrima. ?Na verdade, eles vêm com uma idéia de combate e não de jogo, de competição?, afirma Ronaldo.

As aulas no Círculo Militar custam, por mês, R$ 90 para não sócios e R$ 60 para não-sócios, e acontecem três vezes por semana. No preço da mensalidade já está incluído o material -uniforme, máscara e armas.

Voltar ao topo