Fernando será o goleiro do Coritiba contra o Vasco, no domingo. Vizzotto, o xará do arqueiro que foi titular por quatro temporadas, foi confirmado ontem pelo técnico Cuca e vestirá a camisa 1 alviverde.
A princípio, é uma "avaliação", mas a tendência é que ele assuma a posição que almejava desde que chegou ao Alto da Glória, no final de 2002.
"Estou esperando por isso desde aquele tempo", confessa Vizzotto, que foi escalado após uma longa conversa do preparador de goleiros Pardal com Cuca, na terça. "Eu não sei como foi a decisão deles, mas o importante é que eu vou poder estar em campo e ajudar o Coritiba", completa o jogador, que disputava a posição com Douglas.
O anúncio oficial só aconteceu depois do primeiro trabalho tático da semana. "Eu queria passar para vocês depois que acontecesse o treinamento", justifica Cuca. "Mas eu deposito toda confiança no Vizzotto, sei que ele está muito motivado e pronto para jogar", completa o treinador coxa.
Fernando Vizzotto, paranaense de Cruzeiro do Sul, não jogou muitas vezes pelo Coritiba. "Meu último jogo foi contra o Paysandu, no brasileiro do ano passado", lembra, citando a partida que aconteceu em 30 de outubro de 2004. Mesmo assim, ele tem o respaldo da torcida para atuar – até porque muitos fazem uma associação do estilo dele com o de Rafael, campeão brasileiro com o Coxa em 1985. "Não sei se somos parecidos. Se há alguma característica semelhante, é coincidência", diz.
O exemplo de goleiro para Vizzotto começou a jogar no futebol paranaense. "Meu ídolo é o Zetti", afirma. E é dele que o novo camisa 1 do Coxa tenta tirar algumas características, como a velocidade, o reflexo apurado e principalmente a tranqüilidade durante as partidas. "Eu posso dizer que eu sou uma pessoa dentro de campo e outra fora", confessa.
É este goleiro que será o titular do Coritiba. "Já vi o Douglas atuar, agora é a vez de eu ver o Vizzotto", comenta Cuca, dando a entender que pode acontecer um rodízio. "Não vamos falar nada, vamos deixar as coisas andarem", despista o técnico. Para Vizzotto, o momento é de saborear a posição – emoção que começou quando ele foi chamado por Cuca para a conversa dos titulares. "Eu fiquei surpreso, não estava esperando. Pensei em tudo que tinha trabalhado e esperado por este momento, e fiquei feliz", finaliza.
Técnico testa esquema ofensivo
Ainda é cedo para confirmar o time que enfrenta o Vasco – é esta a filosofia de Cuca para esta semana. Apesar de ter encaminhado a formação da equipe no primeiro treino tático, ele aproveitou também para realizar uma experiência ofensiva, com três jogadores postados no ataque, sendo dois ?pontas?. Tudo, segundo o técnico, para fazer o Coritiba partir para cima dos cariocas.
Como o próprio Cuca já havia adiantado, a tendência de escalação está no 3-5-2, com a seguinte formação: Vizzotto; Miranda, Flávio e Reginaldo Nascimento; Jucemar, Márcio Egídio, Luís Carlos Capixaba, Jackson e Ricardinho; Tiago e Alexandre. Mesmo usando este time por 45 minutos, o treinador não quis definir nada. ?Ainda há tempo, quero fazer avaliações?, explica.
A primeira delas foi jogar com três atacantes. Na verdade, Cuca colocou Jackson como um ponta-direita e Alexandre fazendo a mesma função pela esquerda – e Jucemar saiu para que Rodrigo Batatinha entrasse no meio-campo. Depois, Alcimar entrou na posição de Alexandre e Marciano substituiu Jackson. ?Eu gosto muito deste 3-4-3, joguei assim no Flamengo e fomos à final da Taça Rio. Mas é um sistema que precisa de treinamento?, explica o comandante coxa.
Cuca preferiu festejar a recuperação de Flávio, que treinou normalmente apesar de ainda sentir dores no joelho. ?Durante o treino eu percebi que alguns movimentos me incomodam, mas até domingo vou estar bem?, diz o zagueiro, que será o líbero no sistema tático do Cori.