Vitória x Paraná: desgaste, calor e dificuldades ofensivas minam o Tricolor

Vitória x Paraná
Higor Meritão teve bastante trabalho na marcação neste Vitória x Paraná. Foto: Jefferson Peixoto/Futura Press/Folhapress

Vitória x Paraná foi o oitavo jogo tricolor em 21 dias – somando a Série B do Campeonato Brasileiro com a Copa do Brasil. E o desgaste físico ficou evidente mais uma vez, e com o gosto amargo da derrota por 1×0 para o time baiano. Perder a liderança da Segundona neste momento não é o problema. Mas o cansaço do time, que depende muito de seus principais valores, acaba preocupando.

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Além do esgotamento do Paraná Clube, foi a atuação menos efetiva do Tricolor em termos ofensivos. Tirando as bolas paradas, a equipe só conseguiu entrar na área do Vitória depois 43 minutos do segundo tempo. Sem força no ataque, um pênalti contestado acabou decidindo a partida para os donos da casa.

Vitória x Paraná: as equipes

O Paraná Clube aparecia com seu time titular – um dos raros da Série B a conseguir formar uma base tão rapidamente. A volta de Jean Victor trazia mais qualidade à lateral-esquerda – a falta foi sentida na derrota para o Botafogo na Copa do Brasil. A movimentação defensiva seguia diferente das primeiras rodadas, com Renan Bressan mais à frente, quase ao lado de Bruno Gomes, para evitar um desgaste maior do camisa 10.

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Do outro lado, o Vitória apresentava um monte de egressos do futebol paranaense: Maurício Ramos (ex-Coritiba), Guilherme Rend (ex-Athletico), Rafael Carioca e Fernando Neto (ex-Paraná), além do técnico Bruno Pivetti, o braço direito de Paulo Autuori no Furacão. E com um time que apostava na velocidade, sem um atacante de ofício na frente.

O jogo

E esse estilo de jogo dos baianos começou com em vantagem. Como Vico e Matheusinho jogavam em diagonal, eles se posicionavam em uma ‘zona morta’, onde nem laterais nem volantes do Paraná estavam. Com isso, e com a saída da área de Léo Ceará, a defesa tricolor passou um tempo de apuros antes de ajustar a marcação.

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Com o forte calor, o ímpeto inicial do Vitória se arrefeceu. O Paraná Clube também sofria com a dificuldade da transição – a pressão no meio-campo complicava o trabalho de Jhony e Higor Meritão. A bola passava pouco por Renan Bressan, e por isso a presença ofensiva era rara.

Chamava a atenção como Fabrício e Thales reclamavam com os homens de frente. Mesmo com o Paraná equilibrando a partida até o final do primeiro tempo, ainda havia o espaço para Marcelinho se movimentar entre as linhas. Mas o Vitória também não aproveitava, e nada justificava uma abertura de placar depois de 45 minutos.

Etapa final

O Tricolor voltou mais agressivo no segundo tempo, arrematando mais a gol. Era de média distância, mas é aquele negócio – se não está dando para chegar até a área, é preciso arriscar. Foi assim que Bruno Gomes teve, logo aos quatro minutos, a melhor oportunidade da partida até então. Renan Bressan e Andrey também levaram perigo a Ronaldo.

Além de chutar mais, o Paraná também tinha mais controle da posse de bola. Errava menos e com isso corria menos riscos. Mas precisava cuidar da velocidade dos donos da casa – reforçada com a entrada de Eron. A primeira opção de Allan Aal foi a entrada de Wandson no lugar de Andrey. Era a tentativa de mais explosão no ataque. Só que um lance fortuito de Thales originou um pênalti para o Vitória, convertido por Léo Ceará. Os tricolores reclamaram muito do lance.

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Depois do gol, saíram Gabriel Pires e Higor para as entradas de Marcelo e Karl (estreando). Michel e Thiago Alves entraram já na reta final do jogo – diferente de outros jogos, desta vez Renan Bressan ficou em campo. Mas o Tricolor seguia tendo dificuldade de entrar na área, e restavam apenas as oportunidades de média distância, e a pressão dos últimos instantes, que teve o goleiro Ronaldo aparecendo muito bem. Ameaçando pouco o Vitória, o Paraná perdeu a primeira na Série B.