Grêmio x Coritiba: só retranca não dá, Jorginho

Grêmio x Coritiba
Foram necessários apenas doze minutos para que Grêmio x Coritiba tivesse seu vencedor conhecido. Nesse período, Diego Souza levou vantagem sobre Sabino e Hugo Moura. Foto: Rodrigo Ziebell/FramePhoto/Folhapress

O resultado de Grêmio x Coritiba pode ser creditado na conta de Jorginho. O esquema pra lá de defensivo não adiantou, o Coxa perdeu por 2×1 na noite desta quarta-feira (7) e segue na zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro. Só depois da porta arrombada ele fez alterações colocando o time para frente. Questionado (pra dizer o mínimo) pela torcida, o treinador se complicou com a nova derrota.

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É certo que o problema do Coritiba não é apenas o treinador. A montagem do elenco foi toda errada, foi dada a chave do departamento de futebol para apenas uma pessoa, a diretoria parece mais preocupada com negociações eleitorais do que com a situação perigosíssima no Brasileirão. Mas com seu defensivismo extremo, o técnico alviverde colabora para deixar a crise ainda mais forte.

Grêmio x Coritiba: os times

E quem esperou por mudanças vindas de Jorginho ficou só esperando. O Coritiba veio só com uma alteração – a única obrigatória, a volta de Natanael à lateral-direita. De resto, a mesma escalação do empate com o São Paulo, que surpreendeu pela atuação medrosa alviverde dentro da própria casa e contra um time que tem terríveis problemas táticos. O treinador deixava claro que é essa a sua filosofia – e já tinha transparecido a irritação com as críticas.

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Não que o Coxa tivesse ou tenha que passar a ser um time como o Flamengo ou o Santos. Mas que fosse realmente uma equipe reativa – que reage, que não fica só na retranca. Robson precisava de um pouco de companhia, pelo menos de vez em quando. Senão, o desenho do jogo nem precisaria esperar o jogo começar: seria o Grêmio dentro do campo de ataque, com todos os alviverdes atrás, e a pressão intensa em praticamente 90 minutos.

Bola rolando

Foi assim que a partida começou, mas com uma mudança tática. Guilherme Biro, que era para ser o desafogo do time, virava lateral-esquerdo para que William Matheus avançasse mais. Só que a retranca não surtiu efeito nem por cinco minutos. Luiz Fernando fez 1×0 para o Grêmio quando o time gaúcho tinha sete jogadores dentro da área. E como se esperava, mesmo perdendo a tática alviverde seguia ficar na defesa.

E o segundo gol era questão de tempo. David Braz fez aos 12 minutos, numa falha da defesa – além de não atacar, o Coxa também estava desorganizado. E aí Jorginho desfez a mudança tática, colocando William Matheus de novo de lateral. Foi quando Giovanni Augusto foi chamado para entrar. E claro que no lugar de Biro. O menino, prejudicado e queimado pelo treinador, saiu chorando. E o Grêmio, já com uma vantagem confortável, parou de jogar.

Guilherme Biro foi queimado por Jorginho. Foto: Divulgação/CFC

O Coxa passou a ter posse de bola e jogar no ataque, mas faltava finalizar a gol. Foi quando Robson marcou em jogada individual, mas o VAR apontou o impedimento do camisa 30. Mesmo assim, o atacante alviverde é um herói por fazer tudo sozinho.

Lição dada

Após o lance anulado, Grêmio x Coritiba seguiu em baixa rotação. Sem jogadores de criatividade no meio, o Coxa rodava a bola e não conseguia fazer muita coisa. William Matheus e Robson tentava, corriam, mas havia sempre mais gente marcando do que jogando. E quando veio o segundo tempo, Jorginho atacou de Nathan Silva e Neílton nos lugares de Rodolfo e Ramón Martínez. Será que é tão difícil começar com um time mais equilibrado?

Com Neílton, Gabriel, Giovanni Augusto e Robson, o Coritiba pelo menos tinha jogadores que sabiam o que era atacar. Talvez não fossem todos os ideais (Sarrafiore parecia fora dos planos de Jorginho), mas era diferente de ter três marcadores com dificuldades para armar. Havia mais espaço para o Grêmio? Sim. Mas o futebol é assim, você precisa equilibrar os setores. Só ataque não dá, mas só retranca também não dá. A prova disso: a melhora da etapa final, premiada com o gol de Nathan Silva.

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Assim, a quente, logo após a derrota, é difícil apontar se o Coritiba, a partir do jogo de sábado (10) contra o Fortaleza, será um time mais agressivo. Neste momento, talvez nem dê pra garantir que Jorginho continuará tendo o apoio irrestrito da diretoria. Há muito tempo pela frente, e o Coxa anda precisando de soluções imediatas dentro e fora de campo. As lições estão todas aí, para todo mundo ver.