Athletico x Flamengo: Furacão perde em noite de gala de Hugo Souza

Athletico x Flamengo
Nikão enfrenta Vitinho. Athletico x Flamengo não foi o jogo de um time só - o Furacão mostrou futebol bem melhor que nas últimas partidas. Foto: Albari Rosa/Foto Digital

Athletico x Flamengo pode ter representado um fio de esperança para os torcedores do Furacão. A superioridade do atual campeão brasileiro explica a derrota por 1×0, na noite desta quarta-feira (28), na Arena da Baixada, na estreia rubro-negra na Copa do Brasil. Mas mesmo assim houve evolução em relação às outras partidas, o que aponta para maiores possibilidades de recuperação principalmente no Campeonato Brasileiro.

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Mas o técnico Paulo Autuori, que fez sua estreia no banco de reservas, certamente lembrará internamente que o Athletico segue sem vencer – agora são nove jogos de jejum. E que ficou mais difícil ir para as quartas da Copa do Brasil. Apesar dos números desfavoráveis, o Furacão saiu de campo com uma avaliação bem diferente do que nas partidas anteriores.

Athletico x Flamengo: os times

Paulo Autuori, que poderia ficar no banco de reservas, deu uma chacoalhada no Athletico. Era obrigado a improvisar na direita (Erick de novo por lá) e escalava a zaga reserva por problemas clínicos, mas a partir daí fez mudanças. Na lateral-esquerda, voltava Márcio Azevedo, alteração com a qual não concordo. No meio, Richard entrava no lugar de Wellington e Léo Cittadini na vaga de Lucho González. O time era rejuvenescido.

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Mas a surpresa estava no ataque. Reinaldo aparecia como a novidade do Furacão para encarar o Flamengo, sendo o jogador de velocidade para atuar com Nikão e Walter. O jovem de 19 anos, contratado do Criciúma, era uma aposta de Autuori para tentar surpreender o time carioca, que preservava Natan e Gerson e confiava muito em Pedro, Everton Ribeiro e Bruno Henrique – também, quem não confiaria?

Bola rolando

O Athletico começou mais compacto. Recuou inteiro, dando campo para a saída de três do Flamengo, que recuava Willian Arão para iniciar as jogadas. A marcação adiantada, com mais pressão, era uma boa ideia sempre, até porque ficara evidente no jogo contra o Internacional que havia ainda um descompasso dos zagueiros e de Hugo Moura. O destaque técnico do Furacão era Walter, que buscava mais o jogo e cumpria o papel de criador do time.

Nikão, Walter e Santos reclamam após o gol de Bruno Henrique. Foto: Albari Rosa/Foto Digital

O problema de enfrentar os cariocas é o tal do repertório. Após Pedro chutar para fora, Nikão teve a chance de abrir o placar. Só que o Flamengo não desperdiça muitas chances. Na jogada seguinte, de novo Pedro quase marcou, mas a sobra caiu nos pés de Bruno Henrique. Gol dos visitantes. A vantagem adversária deu uma travada no Athletico, que não conseguiu mais encontrar espaço. Autuori então mandou apertar a marcação mais à frente. Mas até o final do primeiro tempo o jogo andou em banho-maria.

O Furacão não fazia um jogo ruim. Havia erros, principalmente na esquerda defensiva, com Reinaldo demorando a recompor e Márcio Azevedo sendo envolvido por Isla e Everton Ribeiro. Mas Walter mostrava qualidade na frente, Erick não descansava, marcando e apoiando e Christian tentava dar velocidade no meio. É que a diferença técnica é grande.

Até o limite

Na volta do intervalo, o Athletico tentou adiantar seu meio-campo. Cittadini aparecia mais e os lados do campo eram melhor ocupados. Como sempre aconteceu, o time carioca precisava ser incomodado, ser tirado da zona de conforto. E isso só acontece pressionando, marcando forte, buscando o jogo. E enfim Neneca foi exigido, na jogada de Nikão com Walter. Depois o goleiro fez um milagre no chute de Reinaldo.

Hugo Moura ou Neneca – eu prefiro Neneca, até porque lembra o mito do Londrina. Mas seja o nome que for, o menino é simplesmente espetacular. Foto: Albari Rosa/Foto Digital

Era assim que se encarava o Flamengo. A lição tinha sido dada pelo próprio Furacão no ano passado. A ponto de, mesmo superiores, os visitantes só estavam à frente por causa de Neneca. E no melhor momento atleticano, Paulo Autuori colocou Lucho González e Wellington no jogo – saíram Richard e Christian. Mas era Walter quem criava as chances, e foi ele quem lançou Cittadini, que acabou derrubado por Renê. Mas o goleiro do Flamengo defendeu. Hugo Moura, o Neneca, o futuro camisa 1 da seleção brasileira.

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Na reta final do jogo, Carlos Eduardo já estava em campo. O rendimento do Athletico era superior, mostrando que havia de onde tirar mais qualidade para sair da zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro. A ponto de Domenèc Torrent tirar Pedro para colocar Gustavo Henrique. A melhora não permite ainda encarar o Flamengo, mas permite acreditar que o Furacão pode ter uma campanha bem mais segura daqui por diante.