Paulo André fora do Athletico: um desfecho que até demorou para acontecer

Paulo André
A expectativa sobre o trabalho de Paulo André era enorme. Mas os fatos foram minando o agora dirigente. Foto: Albari Rosa/Arquivo

Paulo André deixou o departamento de futebol do Athletico. A decisão foi anunciada na noite desta segunda-feira (26), mais exatamente às 22h15. O final da primeira experiência do ex-zagueiro como dirigente era anunciado. As últimas atitudes do presidente Mário Celso Petraglia esvaziaram seu poder e abriram caminho para uma nova ‘revolução’, forma como Paulo Autuori denomina as mudanças. A saída, absorvida como natural, mostra como o trabalho foi abaixo do esperado.

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Ao ser anunciado como diretor de futebol do Furacão, logo após encerrar a carreira, Paulo André trazia uma expectativa e uma ideia – ambas calcadas na possibilidade de ele ser um cartola “diferente”. Que o que ele pregava no Bom Senso FC, que a conduta que ele sempre apresentou como atleta e que a possibilidade que o Rubro-Negro daria a ele permitiriam uma transformação nas relações entre clube e atletas.

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Mas, num mundo complexo como o futebol e que ainda teve a virada do avesso da pandemia de covid-19, Paulo André não conseguiu nem mudar nem manter o que vinha dando certo no Athletico. As ações erráticas no mercado, a falta de liderança em momentos decisivos – como na defesa do próprio cargo no início da temporada, quando o time patinava – e os resultados ruins no campo levaram à saída do clube.

Esvaziamento

Paulo André e o próprio Athletico poderiam ter agido antes. Quando William Thomas foi recontratado pelo clube, já havia uma sobreposição de cargos que precisaria ser resolvida. A situação ficou ainda mais confusa com a volta de Paulo Autuori, trazido para ser o líder do departamento de futebol. Antes de ser demitido (ou pedir para sair), o ex-jogador teve sua função esvaziada até ela não ser mais necessária.

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O trabalho de reconstrução rubro-negra agora passa totalmente por Paulo Autuori. Ele tem carta branca de Mário Celso Petraglia para remontar a estrutura do futebol, mas também passa a ser cobrado (junto com Thomas) pelos resultados, principalmente pela fuga do rebaixamento no Campeonato Brasileiro. E veja como são as coisas: com a nova gestão atleticana, abre-se até a brecha para a reconciliação com Tiago Nunes. Será?

Paulo Autuori e Mario Celso Petraglia. Agora é com eles. Foto: Marcelo Andrade/Arquivo