Duas das esperanças do Coritiba para a partida contra o Santos eram a juventude e a força da defesa e a tática de reter a posse de bola para evitar o ímpeto adversário. Nada deu certo.
A defesa falhou várias vezes, e apesar de ter mais domínio que o Peixe, o Coxa errou um sem-número de passes. Resultado: a derrota mais forte da equipe no Campeonato Brasileiro. Ontem, na Vila Belmiro, o time de Vanderlei Luxemburgo aplicou 4×2 e reassumiu a liderança da competição.
A carência defensiva foi exatamente aquela esperada -a experiência. O quarteto formado por Rafinha, Miranda, Vágner e Adriano acabou falhando em diversas oportunidades, abrindo caminho para os ‘rodados’ Deivid e Basílio levarem vantagem. Isso ficou claro desde os primeiros lances, quando toda a zaga parou, deixando a bola passar limpa em duas cobranças de falta de Paulo César.
Mas o gol de Luís Carlos Capixaba parecera transformar tudo. Em uma bela jogada, Adriano levou a marcação e cruzou. Na sobra da defesa santista, o armador coxa mandou um petardo, que o chileno Nelson Tapia não conseguiu segurar. O jogo tinha apenas nove minutos, e o Coritiba já abria o placar em pleno Urbano Caldeira.
Só que eram nove, e não noventa – e o Santos não deixa uma vitória em casa escapar facilmente. Três minutos depois, Deivid já empatara, e no final da primeira etapa o time da casa já vencia por 3×1, aproveitando falhas individuais. No segundo, Adriano perdeu para Basílio e Elano marcou. No terceiro, foi a vez de Cléber errar e abrir caminho para o gol de Basílio.
Os principais jogadores do Coritiba não apareciam. Como responsáveis pela armação (e pelo controle tático), Capixaba e Cléber acabaram sucumbindo. Com eles, foram junto Tuta e Alemão – o primeiro pouco tocou na bola; o segundo sequer isso, tanto que acabou substituído por Aristizábal no intervalo. Apesar de ter mais posse de bola, o Coxa não aproveitava, pois falhava nos passes e criava chances para o Santos.
E o Peixe fazia sua parte sem sustos. Em jogada ensaiada, aproveitando descuido de toda o sistema de marcação, Elano marcou o quarto gol, e ali a partida estava resolvida. Vanderlei Luxemburgo chegou ao capricho de sacar Elano, o melhor em campo (e agora dono da camisa 10 do Santos), para poupá-lo. Por mais que o Coxa tentasse, pouco seria conseguido – apenas Aristizábal fez, no final da partida, o gol que diminuiu o impacto do resultado. Miranda ainda foi expulso – e, além dele, Adriano desfalca a equipe na partida de domingo, contra o Vitória, em Salvador.