Na bronca

Torcida organizada afirma que Coritiba terá que melhorar “por bem ou por mal”

Nota da Império cobrando jogadores do Coritiba. Foto: Reprodução

A derrota do Coritiba por 1×0 para o Palmeiras, na última segunda-feira (18), no Pacaembu, parece ter sido a gota d’água para a torcida organizada Império Alviverde. Nesta terça-feira (19), a facção emitiu uma nota dizendo que não irá tolerar mais falta de respeito com o clube e ameaçou, de maneira indireta, alguns jogadores que não estariam dando o seu máximo no Coxa.

“Acabou a paciência, a camisa e a instituição CORITIBA serão respeitadas por bem ou por mal. Chega de palhaçada, nossa posição é apoiar sempre, mas paciência tem limite. Se algumas pessoas não têm respeito pela torcida, nós também não teremos por essas mesmas pessoas”, diz a nota.

O Alviverde vem de cinco jogos seguidos sem vencer no Brasileirão, sendo dois no Couto Pereira, e acabou retornando à zona de rebaixamento, mas a revolta da torcida não é só com os resultados em campo.

Após o tropeço diante do Palmeiras, o lateral-direito Dodô e o atacante Rildo teriam discutido com torcedores pelas redes sociais. Dodô foi questionado após deixar o campo sorrindo, recebeu a crítica de que não merecia vestir a camisa do Coxa e foi xingado de “piá de bosta”. O jogador acabou respondendo a mensagem.

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“Nunca respondi torcedor, mas vê se aprende a torcer. Se eu não mereço, beleza, o Veiga também não merecia e olha onde está. Eu também, em dezembro você não me vê mais”, afirmou Dodô.

Já Rildo também teria respondido via Instagram, mas o Coritiba nesta terça-feira (19) garantiu que o atacante não tem perfil nas redes sociais e que a conta era falsa.

Pressão é rotina

A torcida organizada do Coritiba constantemente pressiona elenco e dirigentes. Em 2006, quando o clube estava na segunda divisão, cerca de cinquenta torcedores ligados à Império foram cobrar os alviverdes no Aeroporto Afonso Pena, e brigaram com jogadores e com o presidente Giovani Gionédis. Lixeiras foram jogadas para atingir os atletas – e também foram usadas como revide.

“Uma ação gera uma reação. Não concordo com a violência, mas depois disso a coisa ficou incontrolável”, disse o então presidente da facção, Luiz Fernando Corrêa, que afirmou que quem começou foram os boleiros.

Em 2009, o quebra-quebra do Couto Pereira no jogo do rebaixamento foi antecedido por ameaças a jogadores e ao presidente Jair Cirino dos Santos, e depois aconteceu a invasão do gramado e os ataques aos atletas de Coritiba e Fluminense e também o confronto com policiais militares.

Nas últimas temporadas, foram costumeiras as reuniões entre dirigentes e torcedores – ou entre torcedores e representantes do elenco. Há três semanas, os muros do Couto Pereira amanheceram pichados com ataques à diretoria e ameaçando agressões a jogadores no CT da Graciosa.

Críticas generalizadas

Na nota divulgada nesta terça, a Império Alviverde ataca não só os jogadores (“sem compromisso, sem preparo e o pior de tudo, nem um pouco preocupados com a situação do clube”), mas principalmente a diretoria comandada pelo presidente Rogério Portugal Bacellar. “O modo como a atual diretoria administra o clube é pífio, muito provável que a saída dos dirigentes no final do ano seja a explicação da má vontade e falta de cobrança dentro do clube. Lamentável e inadmissível”, aponta o texto.