Todo jogo é uma decisão para o Coritiba. Aquele time que chegou a encantar o ex-técnico e hoje comentarista Muricy Ramalho, que lutou pela liderança do Campeonato Brasileiro com Corinthians e Grêmio, hoje se vê na desconfortável – mas rotineira – luta para escapar do rebaixamento. São seis campeonatos seguidos em que é necessário, neste momento da competição, somar pontos para sair das últimas posições. E sempre nas situações mais complicadas, como enfrentar o Palmeiras, nesta segunda-feira (18), às 20h, no Pacaembu.
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A diferença entre os dois verdes não está apenas na capacidade de investimento e na posição dos dois na tabela. Está também na definição de “mau momento” para palmeirenses e alviverdes. No time paulista, estar no G6 do Brasileirão é pouco para um clube que gastou mais de 100 milhões de reais para montar o elenco desta temporada. Lutar pelo título é obrigação na visão dos dirigentes, da torcida e até do técnico Cuca. E não estar diretamente nesta briga – pelo menos por ora – gera fortíssima pressão interna.
Já o Coritiba mais uma vez trocou os pés pelas mãos. Com um grupo capaz de estar na briga pelo G6, viu seus dirigentes falarem em “um dos melhores elencos do Brasil” e aos poucos a decepção superar a esperança. Às vésperas de um processo eleitoral, o clube tenta as últimas cartadas para sair da parte de baixo da classificação, mas os poucos pontos somados no returno (apenas dois em quatro jogos, a segunda pior campanha) deixaram o Coxa mais um vez na berlinda.
O técnico Marcelo Oliveira sentiu o golpe. Demonstrou, na entrevista coletiva da sexta-feira (15), estar decepcionado. “Os resultados são frustrantes, abaixo do que a gente esperava. Por algum motivo pequeno deixamos escapar pontos preciosos”, afirmou, com uma sinceridade não muito vista pelos lados do Alto da Glória. Não é à toa que desistiu temporariamente de uma equipe com dois armadores, vai de novo escalar Alan Santos e João Paulo juntos, além de Matheus Galdezani – fechando o meio, Rafael Longuine e Anderson disputam a posição.
O objetivo alviverde é recuperar logo a confiança – são nítidas a preocupação e a tensão, que ficaram ainda maiores com a artroscopia a que foi submetido o capitão Kléber na sexta-feira. Mesmo sem jogar bem (até porque já estava descontado), o Gladiador transmitiu mais confiança aos companheiros no Atletiba. Mais decisivo do que já foi, o atacante fica fora pelo menos um mês dos gramados, aumentando os problemas de Marcelo Oliveira, que só para este jogo também perde os suspensos Léo, Werley e William Matheus e ainda Alecsandro, que não vai atuar por questões contratuais (dono de seus direitos, o Palmeiras não liberou o centroavante para jogar esta partida).
Confira a classificação atualizada do Campeonato Brasileiro!
Com tudo isso, o Coxa quer sair mais fortalecido de São Paulo. Claro que se for possível com uma vitória, mas sem descartar o empate. “Tem que ter a mesma pegada que tinha no início (do Brasileirão), independente do que vai sofrer atrás. Às vezes ficavam dois só atrás, mas na frente estava todo mundo marcando”, disse o lateral Dodô, titular nesta segunda. “Precisamos marcar bem e usar a nossa força. Se tivermos consciência da marcação coletiva, temos certeza que poderemos brigar pela vitória”, finalizou Marcelo Oliveira.
Ficha técnica
BRASILEIRÃO
2º Turno – 24ª Rodada
PALMEIRAS x CORITIBA
Palmeiras
Fernando Prass; Mayke, Edu Dracena, Juninho e Egídio; Jean, Tchê Tchê, Moisés e Guerra (Roger Guedes); Dudu e Deyverson.
Técnico: Cuca
Coritiba
Wilson; Dodô, Walisson Maia, Cléber Reis (Márcio) e Thiago Carleto; João Paulo, Alan Santos, Matheus Galdezani e Rafael Longuine; Henrique Almeida e Rildo.
Técnico: Marcelo Oliveira
Local: Pacaembu (São Paulo-SP)
Horário: 20h
Árbitro: Dewson Fernando Freitas da Silva (Fifa-PA)
Assistentes: Hélcio Araújo Neves (PA) e José Ricardo Guimarães Coimbra (PA)