Amor vence, mas Maringá cai

Pedido de casamento na comemoração do gol foi aceito

Normalmente, o melhor presente em um domingo de Páscoa sempre é aquele tão sonhado chocolate. Porém. para Graziele de Brito, o sabor desta Páscoa foi bem diferente e inusitado. A mineira foi surpreendida ao ser pedida em casamento pelo namorado Felipe Costa, atacante do Maringá em rede nacional. Ao marcar o gol na derrota por 3×1 para o Coritiba, no Couto Pereira, o avante aproveitou para pedir Graziele em rede nacional.

“Nunca passou pela minha cabeça que ele faria isso. Fiquei muito feliz, não sabia que reação ter. Estremeci de tanta felicidade”, afirmou a dona de casa. “Mas se tivesse conseguido ganhar e evitar o rebaixamento, com certeza a felicidade seria muito maior”, prosseguiu.

A derrota decretou o rebaixamento da Zebra, para tristeza de Graziele. Mas o pedido de casamento abriu a esperança do casal de um futuro melhor.

“Espero que esse momento venha para abrir mais portas. Quando não tiver mais condições de jogar, ele tem o pensamento de fazer uma faculdade de Educação Física para continuar na área do futebol”, revelou ela.

Juntos há 11 anos, o casal vive uma rotina comum à maioria dos jogadores do futebol brasileiro: a falta de perspectiva no fim do Estadual. Mineiros de Belo Horizonte, os dois se conhecem desde a infância e tem um filho, Cauã, de 9 anos. Compraram um apartamento em Contagem, cidade da região metropolitana da capital mineira, há dois anos, e tentam seguir a vida mesmo diante das dificuldades da carreira de jogador de futebol.

Com contrato vencendo após o final do Paranaense, Felipe não tem certeza se segue no Maringá. Por ter conquistado a Taça Paraná em 2015, a Zebra tem vaga na Série D do Brasileiro, mas ainda não confirmou se vai disputar a competição. Para Graziele, a alegria da proposta de união se mistura com a aflição de não saber se Felipe terá onde jogar até o final do ano e com a tristeza pelo rebaixamento.

“É uma vida de agonia, porque você nunca sabe como vai ser para frente. Se o time não vai bem, o jogador não abre portas e fica desempregado o ano todo. Depois do jogo, ele estava muito triste”, destacou.

Quando Felipe embarcou para Maringá para o início do Campeonato Paranaense, Graziele e Cauã tentam minimizar a saudade com contatos telefônicos frequentes e troca de mensagens. A noiva afirma que, apesar de toda dificuldade e da ausência, sempre esteve ao lado da opção de vida que o companheiro fez. “A gente tem que viver o presente. Sentimos a falta dele mas é a profissão que escolheu. Apoio e incentivo em tudo”, concluiu.