O técnico Marquinhos Santos tem uma desafio de grandes proporções pela frente. Para livrar o Coritiba do rebaixamento, terá que mudar um aproveitamento historicamente ruim. Em toda a era dos pontos corridos, o Verdão nunca se mostrou – exceção feita a 2003, quando chegou à Copa Libertadores da América – um time que impusesse alguma dificuldade aos anfitriões. A média histórica do clube, como visitante, é de apenas 26,7%. O fato agravante está no pífio desempenho nesta temporada, a pior de todos os tempos. O Coxa só conquistou 16,67% dos pontos disputados longe de casa.
Em 2003, sob o comando de Paulo Bonamigo, o Coritiba fechou o ano com a quinta colocação do Brasileiro e um aproveitamento fora de casa de 37,68%. Marca que até hoje não foi batida. Naquela temporada, foram sete vitórias e cinco empates, contra onze derrotas. Na trajetória, é verdade, foram apenas dois triunfos contra os chamados ‘grandes’. O Verdão bateu o Atlético-MG, em Minas Gerais, e o Corinthians, em São Paulo. As outras vitórias foram todas sobre ‘iguais’, como Goiás e Figueirense, e fizeram toda a diferença para a conquista de uma vaga à Libertadores.
Hoje, o cenário é terrível. Com apenas uma vitória fora (3×2 sobre o Grêmio, ainda sob o comando de Celso Roth), o Coritiba de hoje consegue ser pior do que o de 2009, ano do último rebaixamento. Há cinco anos, aquele time teve um desempenho fora de 19,29%, o que resultou na queda e na deplorável reação da torcida coxa-branca na última rodada, em pleno Couto, frente ao Fluminense. Uma página do futebol paranaense a ser esquecida. Caso não consiga reverter o quadro atual, o Verdão amargaria o seu terceiro rebaixamento em apenas uma década. Uma mancha difícil de ser removida.
“Conseguimos mudar o desempenho no Couto Pereira, que também era ruim. Historicamente, o Coritiba nunca conseguiu campanhas expressivas fora de casa. Mas, desta vez, fugiu muito da curva”, admitiu o técnico Marquinhos Santos, antes mesmo do jogo em Goiânia. Frente ao Goiás, o Cori sofreu a 13ª derrota no Brasileirão, a nona como visitante.
Desde que voltou à Série A, com o título da Segundona, em 2010, o Coxa disputou 71 jogos longe de sua torcida. O resumo é péssimo: somente nove vitórias.
Nos últimos anos, sempre lutando contra a degola, o Alviverde se sustentou com os pontos conquistados no Couto Pereira. Agora, precisará exceder seus limites, sob o risco de não conseguir escapar da temida guilhotina.
