Sinal vermelho já tá ligado

Derrota, sofrimento e a luta pra fugir da ZR já começou pro Coxa

“Resposta que a gente precisa não é essa. A resposta que a torcida espera é vitória”. Assim, de forma dura mas verdadeira, o atacante Kléber resumiu o sentimento não só dele, mas de todos no Coritiba após a sofrida derrota para o Corinthians por 2×1 no sábado em São Paulo. Foi mais um golpe duro sobre o time, que em apenas seis rodadas de Campeonato Brasileiro já vê o sinal de alerta aceso e uma clara definição do que vai fazer na competição – lutar, como nos últimos anos, para fugir do rebaixamento.

Se esta situação não havia ficado evidente, ela ficou escancarada na semana que passou. Primeiro com a derrota para o Grêmio em Porto Alegre. Um resultado totalmente normal (perder para o então líder do campeonato jogando fora de casa) foi transformado em estopim da crise. No dia seguinte, uma reunião de horas demite o diretor de futebol Valdir Barbosa e dá um prazo inusitado para o então técnico Gilson Kleina – ou vence a Chapecoense ou seu ciclo no Coxa iria terminar. Não deu outra: o time perdeu e o técnico caiu.

Os dirigentes tiraram o corpo fora, pois o vice José Fernando Macedo falou que a diretoria não tinha culpa e o presidente Rogério Bacellar afirmou que o clube precisa pagar as dívidas. Foi com esse espírito que o Coxa partiu para São Paulo, com Pachequinho como técnico interino. E o caso dele também foi confuso: primeiro o Coritiba sondou treinadores como Claudinei Oliveira. Depois, ao falar com René Simões para que ele assumisse o departamento de futebol, ele recusou e ainda se ofereceu para ser o técnico. Pacheco então ficaria pouco tempo, mas logo depois o CEO do clube, Maurício Andrade, avisou que o funcionário ficaria até o final do primeiro turno, quando aí seria avaliado. É como se a diretoria não falasse a mesma língua.

E essa desorganização fora de campo obviamente se reflete no gramado. Os jogadores gostavam de Gilson Kleina – e para o bem do Coritiba também gostam de Pachequinho, como ficou evidente no sábado, com um time extremamente dedicado, apesar das já conhecidas dificuldades técnicas, ainda mais quando é preciso apostar no banco de reservas. O que falta, além de um discurso afinado entre os cartolas, é qualidade em campo.

E isso o técnico interino deixou claro após o jogo de São Paulo. “O Campeonato Brasileiro é longo, e o elenco tem que ter opções”, resumiu Pachequinho, que espera poder contar já no jogo contra o Sport com o lateral Emerson Conceição e com o meia-atacante Felipe Amorim – o turco Kazim-Richards, que começa a trabalhar nesta semana no CT da Graciosa, só poderá ser usado após a abertura da janela internacional de transferências.

O que é certo é que o Coxa já marca passo no Brasileirão com apenas seis rodadas disputadas. Já perdeu pontos em casa (a derrota para a Chapecoense e o empate com o São Paulo) e levou duas viradas nos últimos minutos (para o Santos e para o Corinthians). Contra o Sport, no próximo domingo pela manhã, vem a precoce obrigação de vencer – pois mais do que nunca o Coritiba precisa de vitórias para chegar aos “mágicos” 46 pontos e fugir da degola.

Quando éramos reis! Veja a opinião sempre polêmica de Augusto Mafuz!