Atropelado

Coritiba fracassa de novo em casa, repetindo erros e frustrando a torcida

Wilson fez o que pôde. Mas não faz milagres sempre, e o Foz passou por cima do Coritiba em pleno Couto Pereira. Com toda justiça. Foto: Marcelo Andrade

Num jogo, o chapéu de Bruno Batata em Alvarenga. No outro, Diego Gonçalves enfileirando a defesa. Desta vez, Luccas Brasil dando um desmoralizante elástico em Alan Costa. Cada derrota do Coritiba tem uma marca, uma cena. E cada derrota fica mais difícil de ser explicada pelo técnico Sandro Forner, pelos jogadores e pela diretoria. São quatro seguidas, com titulares e reservas, e em todas jogando pouco. Em todas atuando de forma acovardada. Na derrota para o Foz do Iguaçu por 3×0 em pleno Couto Pereira, ficou nítido que se fosse para acontecer um placar diferente, era para ser uma goleada ainda maior para o time da Tríplice Fronteira. ”Eles passaram por cima da gente“, resumiu Wilson. E é com esse baque, com essa sequência negativa que o Coxa vai para o jogo mais importante do ano, na quarta-feira, diante do Goiás, pela Copa do Brasil, um jogo em que é preciso vencer.

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E como fazer para vencer – e por dois gols de diferença? Diante do Foz, por mais que o adversário tenha a segundo melhor campanha do Campeonato Paranaense, o Coritiba se apequenou. Jogou, como se diz, de forma ”reativa“ – esperando o adversário em seu campo. Então, no estádio alviverde, viu-se o time comandado por Negreiros com seus dez homens de linha dentro do campo de ataque, enquanto o Coxa se defendia. O plano de atuar no contra-ataque parecia ser o único que restava, até porque faltava querer ficar com a posse de bola. Matheus Bueno, o menino que entrou com a possibilidade de jogar com a bola nos pés, praticamente só a via passando de um lado para o outro.

A pirâmide de jogadores do Foz após o golaço de Matheus Olavo. Foto: Marcelo Andrade
A pirâmide de jogadores do Foz após o golaço de Matheus Olavo. Foto: Marcelo Andrade

Com campo para jogar e com espaço para criar, o Foz do Iguaçu foi chegando, chegando, ameaçando Wilson e acabou abrindo o placar com uma cobrança de falta de Matheus Olavo. Quando fez 1×0, o domínio já era completo. E o Coxa não sabia como sair para o ataque. Cometia os erros dos jogos contra Paraná e Goiás (com os titulares) e Maringá (com os reservas) – prova de que a montagem do elenco teve problemas. E mesmo que a Copa do Brasil seja a prioridade e que o time já esteja na final do Estadual, a torcida gritava ”vergonha“ no intervalo da partida – afinal, com aquele resultado o Coritiba estava eliminado da Taça Caio Júnior com duas rodadas de antecedência.

Mas o pior ainda estava por vir. O Cori não mudou de postura, e o Foz também não. Seguiu atacando e ampliou o placar no lance mais bonito do jogo. Luccas Brasil ganhou na velocidade de Alan Costa, parou na frente do zagueiro, gingou, fez o drible do elástico, colocou a bola entre as pernas do desengonçado zagueiro alviverde e só rolou para Raphael Alemão marcar. O desconforto de Wilson embaixo das traves dizia mais que qualquer frase.

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Foi quando Sandro Forner decidiu tirar Alan Costa – Romércio foi chamado. Mas o zagueiro titular ficou à beira do campo, aqueceu e não entrou. Alex Alves saiu da sua posição e foi até o técnico e seu auxiliar Tcheco, conversou com os dois e a mudança foi suspensa. O Coxa estava atarantado dentro e fora de campo. Não fosse Wilson e o Foz teria feito mais três gols antes do terceiro realmente sair, com o veterano Marcelo Soares. ”O Foz fez o que quis com a gente“, completou Wilson. A vitória era pra lá de justa. Com o 3×0 contra, a torcida desistiu do jogo. Muita gente não viu o gol de Yan Sasse e nem cobrou Sandro Forner depois do apito final. Certamente estarão no Couto Pereira na quarta. E vão querer ver outro Coritiba em campo.

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