Reformulação administrativa

Coritiba ainda tem dívidas com ex-treinadores e Alex

Enquanto se recupera da perda do título estadual e começa a caminhada no Campeonato Brasileiro, o Coritiba tenta se reerguer administrativamente. Em entrevista à rádio Jovem Pan, o presidente do Coxa, Rogério Portugal Bacellar, admitiu que a situação financeira do clube ainda é complicada graças às dívidas das gestões anteriores.

“Nós pegamos o Coritiba com todas as verbas de televisão já antecipadas até 2016. Com isso, você fica de mãos atadas para fazer muita coisa. O que nós fizemos? Primeiro foi pagar as dívidas das gestões anteriores, porque tem que pagar. Quem assumiu foi o Coritiba, não interessa quem foi a diretoria. O importante para nós é ter o Coritiba zerado em dívidas e com condições financeiras para enfrentar novas dívidas”, afirmou ele.

No comando do clube desde dezembro de 2014, quando foi eleito presidente, Bacellar vem tentando diminuir os gastos mensais. Muito por conta das despesas com técnicos e jogadores que já passaram pelo Alviverde. “Nós pagamos o Dorival Júnior, que foi técnico do Coritiba em 2008. O Celso Roth e o Marcelo Oliveira, nós é que pagamos. O Alex, que não foi contratado na minha gestão, mas nós é que estamos cumprindo o acordo que foi feito na minha gestão com ele, porque não foi comprido na gestão anterior”, disse o dirigente. Entre outros jogadores estão o atacante Zé Love, que jogou no Coxa em 2014, e os meias Bottinelli (2013) e Martinuccio (2014).

A situação financeira só melhorou por conta do novo acordo de televisão, onde o Coritiba teve luvas para assinar o contrato, e pelas negociações com os credores. “Nós tivemos um aporte do Esporte Interativo, onde criamos um comitê de gestão deste dinheiro e negociamos com os credores todas as dívidas que penhoravam as receitas que entravam. Com isso conseguimos um abatimento muito grande e estamos trabalhando neste sentido. A partir de junho vamos ter uma melhora com os patrocinadores novos e vamos ter condições de nos sustentarmos até o final do ano”, ressaltou.

Na entrevista, Bacellar ressaltou também a importância dos sócios-torcedores, que ajudaram muito em 2015, quando o Coritiba manteve as contas em dia e ainda fechou o ano com uma receita de R$ 85,7 milhões – embora a dívida seja de R$ 226 milhões -. “Os sócios que nos aguentaram. Graças a eles que tivemos condições de pagar os salários em dia em 2015”, reforçou Bacellar.

Reforços

Em meio a esta reestruturação financeira, a medida para este ano é pés no chão. Tanto que a folha salarial para este Brasileirão dificilmente passará dos R$ 3 milhões mensais.

“Estamos trabalhando com os pés no chão, com uma reestruturação financeira, administrativa e no futebol. Estamos fazendo uma revolução administrativa e financeira. Nossa folha de pagamento não é muito grande, é em torno de R$ 3 milhões e queremos manter este padrão, talvez aumentar um pouco, desde que possamos fazer o empréstimo de alguns jogadores ou venda de outros”, destacou o presidente, que mesmo assim deve ir ao mercado em busca de reforços.

“Precisamos de várias peças de reposição. Sentimos isso no Campeonato Paranaense, quando perdemos cinco jogadores para a decisão e as nossas peças não eram da mesma altura. Estamos avaliando a contratação destas peças, para que o elenco não sinta esta diferença”, completou.