Artilheiro desde a base, o jovem Rafhael Lucas demonstra humildade na busca pelo troféu ao fim da competição e prefere pensar no grupo. Com cinco gols no Campeonato Paranaense, o atacante do Coritiba é a grande surpresa coxa-branca na temporada e vem conquistando seu espaço no sistema ofensivo com autoridade. “Não estou preocupado (com a artilharia). As coisas vão acontecer naturalmente. Quem marcar gol, eu fico feliz”, minimiza.
No Coritiba desde 2002, Rafhael Lucas sempre foi artilheiro nas categorias de base. Em 2007, pelo Metropolitano sub-15, marcou 24 vezes e ultrapassou o então recordista Keirrison, que agora é colega dele no elenco principal. No juvenil, em 2009, também foi o maior marcador, com 25 tentos.
Já no sub-20, o atacante de 22 anos esteve na conquista da Taça BH de 2010, cobrando o pênalti na decisão, com apenas 18 anos. Dois anos depois, Rafhael brilhou na decisão do Estadual da categoria, marcando gols nas finais diante do Londrina.
No Atletiba do domingo, o atleta atuou em uma nova função – apesar de preferir jogar como referência no ataque. Dentro da linha de quatro jogadores, Rafhael Lucas apareceu bem pelas pontas e, quando jogou centralizado trocando com Wellington Paulista, fez o primeiro gol da vitória por 2×0. Essa adaptação tática começou a ser realizada na pré-temporada e o fruto aparece aos poucos agora.
“Treinei jogando aberto em Atibaia. Converso sempre com o Wellington e, quando algum cansa, a gente reveza na posição. Sempre vai acontecer essa troca. A movimentação é importante, principalmente pelos times virem fechados no Couto”, avalia.
Com 49 anos como funcionário completados ontem no Alto da Glória (ver abaixo), Dirceu Krüger tem uma semelhança com o atual momento do garoto da base. Em 1966, no início da sua carreira, o então atleta marcou oito gols nos oito primeiros jogos como profissional pelo Coxa. O atacante também tem uma marca parecida atualmente, com cinco tentos em cinco partidas. Apesar do momento parecido, Rafhael Lucas prefere trabalhar focado no dia-a-dia.
Esse conselho de não se preocupar com a estatística, inclusive, vem do próprio coordenador da base. “Não se preocupe em fazer gol todo jogo, isso sai ao natural. Dar passe também tem o mesmo valor. O que tem que ter é a amizade no elenco, para não existir egoísmo no grupo em campo”, aconselha Krüger.