Coritiba reforça meio contra a Ponte Preta

O tempo passou, e o Coritiba mudou. Mas muitos se lembram do primeiro fracasso da temporada – justamente em Campinas, onde o Cori volta a jogar, de novo contra a Ponte Preta, hoje, às 20h30, no estádio Moisés Lucarelli. E nada melhor para exorcizar aquela eliminação na Copa do Brasil do que uma vitória fora de casa no segundo jogo alviverde no campeonato brasileiro. É o início do primeiro giro coxa pelo país – depois de Campinas, a delegação segue direto para Salvador, onde enfrenta o Bahia domingo.

Claro que o Cori de agora é bastante diferente, mas basta, segundo os atletas, apenas uma mudança de filosofia para a equipe render mais do que rendeu naquela noite de quarta, quando foi derrotada por 4 a 1 e eliminada da Copa do Brasil. “É só querer vencer, porque naquele jogo nós entramos em campo para empatar”, reconhece o agora zagueiro Reginaldo Nascimento. “Jogamos com quatro volantes e sem qualquer armação”, relembra o jogador.

Até pela gravidade daquela derrota, os jogadores do Coritiba preferem lembrar de outros fatos, se possível positivos. “Eu já joguei lá e ganhei com o Fluminense”, afirma o volante Roberto Brum. Além disso, todos demonstram o respeito pelo adversário, mesmo que a Ponte Preta tenha perdido no domingo para o Juventude. “Eles, dentro de casa, são sempre muito fortes. Acho que eles são os favoritos”, afirma o ?Senador?.

Sabendo que o time campineiro vem de derrota, o técnico Paulo Bonamigo adota a estratégia do mistério parcial – confirma que vai reforçar o meio, sem no entanto definir a equipe. “Testei duas formações, e ainda vou decidir como vou começar o jogo”. De fato -no treino de ontem, ele começou contando com Lima e Da Silva no ataque, depois sacando ambos e colocando Genílson e Alexandre Fávaro.

Ambas as formações ofensivas denotam uma maior composição no meio, já que Fávaro e Lima são homens de armação. “A minha intenção é ver uma equipe compacta no meio-campo e com saídas em velocidade para o ataque. Pode até parecer que o time fica mais defensivo, mas com a aproximação de dois jogadores eu consigo até reforçar o meu ataque. Temos que respeitar o adversário, mas não vamos ficar cedendo terreno. Vamos jogar no ataque”, promete o treinador.

E a formação mais provável para começar jogando é a que reúne Lima e Da Silva no ataque. A preferência por Lima se deve ao porte físico do jogador (mais alto, ele pode se tornar uma referência na frente se necessário) e pela marcação que ele consegue implementar. Bonamigo não quer que os volantes da Ponte (principalmente Mineiro) tenham espaço para jogar – assim, na Copa do Brasil, Mineiro marcou inclusive um gol no Coriitba.

De resto, Bonamigo mantém a formação que venceu o Vitória. “Não precisamos ficar mudando muito, e sim fazer os ajustes necessários para o adversário que teremos”, resume o treinador. Ele vai querer mais atenção dos volantes (Roberto Brum e Tcheco), pois o contexto do jogo é diferente. “Será uma partida competitiva, e a marcação será decisiva. O Roberto e o Tcheco terão que ser mais volantes do que foram contra o Vitória”, diz.

Tudo isso para acertar a casa e conseguir a segunda vitória em dois jogos. E Bonamigo se apóia nos números. “Se quisermos nos classificar, precisaremos de um bônus. E ele só virá se conseguirmos bons resultados fora de casa”, finaliza.

Lúcio Flávio na mira adversária

Ele sabe que é assim – Lúcio Flávio tinha consciência de que seria (e será) o jogador do Coritiba a ser marcado pelos adversários. Não será diferente hoje, em Campinas, ainda mais porque o treinador da Ponte Preta Osvaldo Alvarez o conhece desde o tempo em que treinava o Atlético. Mas Lúcio está preparado, e ainda é um dos espiões de Paulo Bonamigo – a experiência de seis meses no São Paulo ajuda.

A sina de ser acompanhado por um jogador (quando não dois) durante todo o jogo não é nova para Lúcio. “Eu vivo isso desde que jogava no Paraná”, diz. É o preço de impor a qualidade nos passes, lançamentos e chutes a gol. Para sair da marcação, o meio-campista coxa sabe que é necessária muita movimentação. “Preciso acompanhar os lances e tentar sair da cobertura que o adversário faz”.

E para isso ele precisa estar na melhor forma – coisa que não aconteceu semana passada. Lúcio ficou três dias sem treinar, e a falta de ritmo ficou evidente em campo, na partida contra o Vitória. “Eu preciso estar sempre bem, porque a dificuldade de ser marcado exige que eu trabalhe muito”, reconhece o jogador, que vinha de um longo período parado.

Ele confessa que não esteve bem no domingo, mas acredita que a evolução será natural. “Esta situação só será resolvida durante o campeonato. Teremos jogos em seqüência, e isso vai ajudar a me condicionar da forma ideal”, afirma Lúcio Flávio, que deu algumas dicas para Paulo Bonamigo sobre o adversário desta noite. “Eles atacam com força pelas laterais, mas não descuidam da marcação”. Portanto, Lúcio Flávio que se prepare.

Macedo é a grande dúvida

A Ponte Preta tenta a reabilitação no Campeonato Brasileiro. Depois de perder na estréia para o Juventude, a Macaca recebe o Coritiba hoje, em Campinas. A equipe deverá ser a mesma que foi derrotada em Caxias do Sul. Existe apenas uma dúvida – o atacante Macedo sentiu uma fisgada no músculo da coxa esquerda no treinamento de terça-feira e será avaliado pelo departamento médico do clube para saber se tem condições de jogar.

“Senti a fisgada e resolvi deixar o campo para não agravar a lesão. Estou fazendo tratamento intensivo e devo jogar contra o Coritiba”, afirmou Macedo, que pode ser substituído por Jean. Para esta partida, a Ponte ainda não poderá contar com os meias Piá, Caíco e Hernani, além do zagueiro Alex, que estão se recuperando no departamento médico.

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