Coritiba pronto para a “batalha” contra o Cianorte

O Coritiba já está calejado. As semifinais do campeonato paranaense, que começam no domingo, têm um gosto conhecido para o Coxa, que decidiu contra os times do interior no ano passado – passando por Londrina na semifinal e Paranavaí na decisão. Agora, o primeiro desafio é o Cianorte, que joga amanhã (15h30) em casa, no Estádio Albino Turbay. E todos no Alto da Glória sabem que não será só a técnica que vai decidir a série.

Quando chegou às semifinais em 2003, o Cori era considerado o grande favorito, fator dividido neste paranaense com o Atlético. Mas as coisas não foram tão fáceis. Contra o Londrina, a vantagem dos dois empates foi fundamental para conseguir o avanço à decisão, quando teve mais um empate com o Paranavaí antes de vencer o Vermelhinho por 2×0 no jogo final. “Nós aprendemos como lidar com esse tipo de jogo no ano passado”, resume o goleiro Fernando.

Foram jogos renhidos, em que a marcação e a disposição falaram mais alto. “Eu não joguei no ano passado, estava no Sport. Mas meus companheiros me disseram que foram partidas muito difíceis. E sempre é assim, em jogos decisivos a garra é tão importante quanto a técnica”, diz o volante Ataliba, um dos destaques do Cori na temporada. “Vamos ter que jogar tudo nestas partidas decisivas”, completa.

A diferença entre o Coritiba de 2003 para o de 2004 é que o deste ano tem mais valores técnicos – os quatro jogadores que atuarão domingo nas posições mais ofensivas (Ígor, Rodrigo Batatinha, Tuta e Aristizábal) têm reconhecida qualidade, sem contar com os desfalques Luís Carlos Capixaba e Luís Mário, que podem participar do jogo de volta, na sexta-feira.

O desafio para os jogadores e para o técnico Antônio Lopes é fazer o Coxa equilibrar as virtudes nesta reta final de paranaense. “A gente não dissocia a técnica da vontade. Acho que nós conseguimos conciliar isso bem, e a prova vai ser vista nestas partidas”, avisa o lateral-direito Jucemar. “O mais importante é que todos estão conscientes da importância dos jogos, e todos querem o título”, finaliza Lopes.

Montado

Com a não-liberação de Capixaba pelos médicos, o Coritiba está oficializado para a partida contra o Cianorte. Antônio Lopes confirmou Ígor (ver matéria) como substituto do armador, e espera que o time consiga manter a forma de jogar no interior. “A idéia é manter o nosso estilo. E os jogadores entenderam que é isso que precisa ser feito para que consigamos uma vitória”, afirma o treinador coxa. A escalação alviverde tem Fernando; Jucemar, Danilo, Reginaldo Nascimento e Adriano; Márcio Egídio, Ataliba, Ígor e Rodrigo Batatinha; Tuta e Aristizábal.

Ígor volta, após ajuda psicológica

O meio-campista Ígor é um jogador diferente. É difícil ver um atleta reconhecer tão tranqüilamente que vive um mau momento, e que merece ser criticado. Talvez por esse espírito, ele acabou absorvendo muito do que ouviu, e caiu ainda mais de produção. Mas, numa ‘ação conjunta’ da comissão técnica do Coritiba, o armador reconquistou espaço, teve boa atuação contra o Paranavaí e ganha nova oportunidade como titular na partida de amanhã contra o Cianorte.

Não foi fácil. “A minha saída do Flamengo foi bem complicada, e eu acabei sentindo a pressão daquelas coisas que falaram por lá”, confessa Ígor, sem querer citar diretamente as pesadas acusações feitas pelo diretor-técnico do time carioca, o ex-jogador Júnior. Quando seguiu para o Alto da Glória, o armador foi acusado de inventar histórias (até mesmo um suposto teste de Aids) para arrancar dinheiro do clube.

Somou-se a isso a pressão que recebeu em Curitiba. “Acho que a expectativa também me afetou. Sabia que todos esperavam que eu chegaria aqui e faria boas atuações. Só que eu não rendia nem metade do que eu poderia render. E, a bem da verdade, não fiz uma partida boa no Coritiba, da forma que eu atuei no Flamengo”, reconhece Igor, que passou a se abater mais facilmente.

E ele acha que nem foi tão criticado assim. “Tinha gente que falava que eu estava sendo massacrado, mas eu não acho isso. Eu não estava bem, e as pessoas tinham que falar. Ninguém disse coisas erradas a meu respeito”, afirma o meio-campista. Sem render, Ígor passou a ser constantemente sacado do time por Antônio Lopes, até ser o escolhido para abrir caminho para a participação do ‘trio de ouro’ formado por Tuta, Aristizábal e Luís Mário.

Além da comissão técnica, outra ajuda fundamental veio da psicóloga Flávia Focaccia. “Eu fui conversar com ela, foi uma coisa bem legal”, confirma Ígor. “O trabalho com ele é o mesmo feito com todos os outros atletas. O que aconteceu foi que nós fizemos um acompanhamento diferenciado nestes últimos dias”, diz a psicóloga. “Tudo isso me ajudou, e agora espero também ajudar. Quero jogar bem e levar o Coritiba aos títulos”, finaliza o meio-campista.

Em festa, Cianorte quer dez mil “empurrando”

Com apenas dois anos de história, o Cianorte se vê entre os grandes do Estado. Amanhã, às 15h30, o time recebe o Coritiba, no estádio Albino Turbay. O jogo é o primeiro da semifinal do Campeonato Paranaense. Em Cianorte, bandeiras e camisas do Leão da Serra espalham-se numa euforia de Copa do Mundo. Para comportar o interesse que a partida desperta na região Noroeste, o estádio recebeu uma nova arquibancada metálica. Na cidade, acredita-se que os dez mil ingressos postos à venda serão esgotados.

Quanto aos que vão entrar em campo, o técnico Caio Júnior não informa se Samuel ou Márcio Machado, artilheiro do time no estadual, com seis gols, será titular. Nas demais posições, não há mistério e o time está escalado com Adir, Wellington, João Renato, Edson Santos e Fábio Carioca; Marcelo Lopes, Cuca, Barbieri e João Henrique; Reginaldo e Márcio Machado (Samuel). Do site www.futebolpr.com.br

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