Coritiba põe baixinhos no time para pegar Cianorte

O negócio vai ser atacar com os pequenos. O Coritiba terá Rodrigo Batatinha e Ígor como novidades na equipe que enfrenta o Cianorte, domingo, no Estádio Albino Turbay. Sem Luís Mário e Luís Carlos Capixaba, o técnico Antônio Lopes prefere optar por jogadores rápidos – e a preferência recaiu sobre os “baixinhos” – ambos tem 1,62m.

O “Papa-léguas” já foi oficialmente vetado pelo departamento médico alviverde. “Ele está ainda no trabalho de recuperação, e nossa expectativa é que ele esteja pronto para a partida de volta”, explica William Yousef, citando o jogo confirmado para o dia 2 de abril. Mas é certo apenas que Luís Mário vai estar em campo no dia 6, contra o Olimpia, pela Libertadores.

Já Luís Carlos Capixaba, na visão dos médicos, tem chances remotas de estar em campo no domingo. “Ele ainda está com o tornozelo dolorido, mas ainda há um certo tempo”, comenta Yousef. Entretanto, a dificuldade na recuperação (o meia segue mancando, e não fez nenhum trabalho de campo nesta semana) faz o DM coxa já descartar o jogador, o que deve ser confirmado antes do treino desta tarde, às 16h, no Couto Pereira.

Dessa maneira – e com pouco tempo para pensar -, Antônio Lopes tentou buscar jogadores com as características mais parecidas com as dos jogadores lesionados. “A minha intenção era manter o time da mesma forma que vinha jogando. Por isso pedi para que o Ígor fizesse a parte do Capixaba e o Batata jogasse pelo setor do Luís Mário”, explica o comandante coxa.

Mas, na verdade, o que se viu foi o Coritiba com um 4-4-2 fixo, com um quadrado no meio-campo: Rodrigo ficou mais à direita e Ígor à esquerda. “O professor Lopes falou para eu ficar por ali e fazer as jogadas de linha de fundo”, explica Batatinha, revelando uma das jogadas-chave do time, que é a bola alçada para Tuta. Apesar disso, os “baixinhos” foram os melhores do time titular nos trabalhos de ontem.

Para Rodrigo, o momento é especial. Contratado pelo Coritiba a pedido de Tcheco, o meia jogou poucas partidas (nenhuma como titular) e vinha sendo pouco utilizado por Antônio Lopes até nos treinos. “Eu fiquei surpreso, mas estava preparado para esta oportunidade. Estou pronto para jogar e, se possível, permanecer no time”, comenta Batatinha, que tem o apoio do “delegado”. “É bom estar em campo com o respaldo do treinador, e espero fazer valer a confiança que ele tem em mim”, finaliza.

A chance de Danilo recuperar o lugar

Quando a temporada começou, um dos titulares absolutos do Coritiba era Danilo. E o zagueiro realmente foi oficializado por Antônio Lopes como central, formando dupla com Reginaldo Nascimento. Mas, de uma hora para outra, ele saiu do time e ficou à margem do crescimento alviverde nos últimos jogos. De volta à equipe na partida de domingo contra o Cianorte, o jogador entra em um momento-chave da carreira – além da posição de titular, Danilo coloca seu futuro em jogo no Albino Turbay.

Ele foi sacado do time logo após o primeiro confronto com o Rio Branco, que terminou 1×1 e foi válido pela primeira fase do paranaense. “Eu não vou negar que fiquei surpreso e chateado. Estava crescendo na equipe, tinha sido titular no ano passado e ajudado o time a chegar na Libertadores. Aí, na véspera do jogo contra o Sporting Cristal, eu perdi a posição”, conta o zagueiro.

E Danilo ganhou um “rival” de peso na história. Miranda, que entrara inicialmente por estar mais acostumado a jogar com Esmerode (a então grande novidade da defesa), acabou se firmando no time e hoje é o principal zagueiro do Coritiba – e só não joga contra o Cianorte porque está suspenso. “Eu tive que parar para pensar, ver o que estava acontecendo e me manter calmo, para seguir meu trabalho”, confessa o ex-titular.

Ele viu se interromper uma evolução nítida. Do zagueiro jovem e explosivo dos primeiros tempos de profissional, Danilo se tornara o “herdeiro” da experiente zaga coxa em 2003 – Edinho Baiano (hoje no Avaí), então líbero e capitão do time, considerava-o o jogador do futuro para o Cori. “Eu aproveitei as oportunidades que tive e também os conselhos dos meus companheiros. Sei o quanto é importante me manter no time e é o que pretendo fazer”, comenta.

A chance de ouro é esta, na abertura da semifinal do paranaense. “Sabemos que não vai ser fácil, mas nosso objetivo é voltar de Cianorte com um bom resultado, que nos permita conseguir a classificação no Alto da Glória”, afirma Danilo, que tem consciência da importância pessoal desta partida. “Eu quero voltar bem ao time, ajudar o Coritiba a vencer a partida e deixar o Antônio Lopes com mais uma dor de cabeça”, finaliza.

Cianorte com força máxima

Enquanto o técnico do Coritiba, Antônio Lopes, tem problemas para escalar sua equipe, o técnico do Cianorte, Caio Júnior, está contente em poder escalar todos seus titulares.

O atacante Samuel, que cumpriu suspensão, está liberado. “Demos sorte de chegar neste jogo decisivo com todo o elenco à disposição”, comemora o treinador.

Para o meia Reginaldo, 23 anos, o ideal é fazer o resultado em casa para depois tentar segurar a classificação no Couto Pereira. “Em casa temos mais condições de surpreender o Coritiba. Trata-se de um grande elenco, mas nosso time está bem organizado”, disse ele, que tem passagens pelos juniores do São Paulo, Grêmio, Internacional e está sendo sondado por equipes do futebol paranaense para disputar o campeonato brasileiro.

Além do time completo, o Cianorte deverá ter o recorde de público, já que a arquibancada do Estádio Albino Turbay foi ampliada de 6 mil para 10 mil pessoas. “A cidade toda está mobilizada para este jogo. A torcida será nosso 12.º jogador contra o Coritiba”, disse o presidente do Cianorte, Marco Antônio Franzato. www.futebolpr.com.br

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