Coritiba enfrenta Santos e a descrença da crítica nacional

Se as provações consistem em matar “um leão por dia”, o Coritiba tem um baita desafio a partir das 18h, na Vila Belmiro. Não só haverá um Leão (o Emerson) pela frente, mas um Santos recheado de novidades e mordido para buscar a recuperação moral após perder a Taça Libertadores da América. Vencer significa manter-se entre os primeiros do brasileiro e mostrar para o País inteiro que o Cori deixou de ser surpresa.

É inevitável que as atenções do futebol brasileiro estejam voltadas para a Vila Belmiro. “Todo mundo quer saber como o Santos vai reagir”, confessa o técnico alviverde Paulo Bonamigo. Além disso, muitos querem ver o que é que o Coritiba (que está no litoral paulista desde a tarde de ontem) realmente tem -afinal, este é o confronto do terceiro (Santos) contra o quarto colocado (Cori). “A visibilidade é maior”, admite o goleiro Fernando.

E o trabalho do Coritiba pode até ser complicado com as mudanças programadas por Leão – ele sacou da equipe os jogadores convocados para a seleção sub-23. “Quem entrar vai estar babando”, resume o volante Reginaldo Nascimento. “Não podemos esquecer que foi essa base que goleou o Bahia por 4×0”, relembra Bonamigo – o Cori não passou de um empate com os baianos.

E tais mudanças (que tiram Robinho e Diego do jogo) afetam, em tese, a própria preparação alviverde para a partida desta tarde-noite. Bonamigo montou a equipe durante toda a semana acreditando que os dois destaques do Santos jogariam, e já estava inclusive certa a marcação individual em ambos. Sem os “meninos?, o Cori pode ser até surpreendido. “Por isso é que temos que respeitar o Santos com qualquer formação que venha”, diz o treinador coxa.

Mas não pergunte muito mais sobre o adversário para Bonamigo. Talvez pela quase obsessão dos treinos dessa semana, quando só se falava em Santos (dentro e fora do campo), o técnico alviverde prefere conversar sobre sua equipe. “O nosso rival tem qualidade, mas meu pensamento está voltado para o Coritiba. Nós temos que cuidar dos nossos problemas”, avisa.

E estes são poucos. Bonamigo teve a condição de manter a equipe que venceu o São Caetano – formação que, exceção à disputa entre Willians (que joga) e Roberto Brum (lesionado), é considerada a ideal. “Nós temos uma forma de jogar, e nós não podemos ficar longe dela, mesmo jogando fora de casa. Nosso interesse é vencer a partida, o que seria muito importante”, afirma o treinador alviverde.

Sem dúvida. Três pontos na Vila Belmiro mantém o Cori perto do Cruzeiro e deixa o Santos na obrigação de vencer o jogo adiado contra o Atlético – no momento, as duas equipes têm 27 pontos, mas os paulistas têm um jogo a menos. E vai provar – mais uma vez – que o sonho da Libertadores não é apenas sonho. “Cada jogo é uma provação, e esse mais ainda. Vencendo, mostraremos para muita gente que não acredita no Coritiba a nossa qualidade”, finaliza Fernando.