Coritiba dispensa cinco para reduzir folha

Os primeiros passos já foram dados. Ontem, logo após a reunião que anunciou as férias para o elenco do Coritiba – que retornam apenas no dia 12 de junho -, a diretoria confirmou que quatro atletas não fazem mais parte do grupo coxa. Daniel, Alexandre, Adão e Roberto deram adeus ao Alto da Glória, e não deverão ser os únicos.

A intenção da diretoria é a mesma dos últimos meses – diminuir despesas para contratar reforços. “Vamos trazer seis jogadores”, anunciou o secretário Domingos Moro. “Analisaremos vários atletas antes de contratar, porque precisamos ter mais qualidade. É isso que necessitamos neste momento”, disse o técnico Paulo Bonamigo. Aí entram Adão, Roberto, Daniel e Alexandre. “O Adão e o Roberto são atletas que foram trazidos emergencialmente e não voltarão. O Alexandre e o Daniel também não precisam se reapresentar no dia 12”, resumiu Moro.

Com a saída destes, a diretoria agora quer trabalhar a renovação de contrato de jogadores fundamentais – Da Silva, Reginaldo Araújo, Picolli, Liédson e Roberto Brum, cujos contratos terminam na `entressafra’ alviverde.

Reginaldo Araújo tem seus opositores dentro da própria diretoria, que preferem rever o `custo-benefício’ do lateral. Da Silva é uma importante moeda coxa, que pode acabar sendo negociada para reforçar o caixa, principalmente se Liédson permanecer – fato que a diretoria confia piamente. “Tenho certeza que o Liédson vai ficar”, disse Moro, apesar da dificuldade de negociação com o Prudentópolis – o que pode fazer com que o atacante nem se reapresente.

Picolli, que foi o capitão do Coritiba durante o supercampeonato paranaense, quer ficar no Alto da Glória, mas pode acabar deixando o clube. “Se depender de mim, ficaria, mas não sou apenas eu a querer alguma coisa”, disse o zagueiro. Ele recebeu propostas de clubes gaúchos, mas não negociou nenhuma delas. “Estava com o pensamento no campeonato até agora, e ainda penso só no Coritiba”, afirmou.

E Roberto Brum inicia hoje uma difícil negociação com o Fluminense. “Eles me pediram para voltar, até porque o acerto foi este – eu jogaria aqui no primeiro semestre e depois voltaria. Mas o ambiente que encontrei aqui me faz pensar em permanecer aqui”, afirmou. “Vamos fazer todos os esforços possíveis para conseguir mantê-lo”, garantiu Domingos Moro.

Férias forçadas

O único adversário do Coritiba a partir de agora é o calendário. De domingo até o dia 21 de agosto, data prevista para a largada do campeonato brasileiro, são exatos 88 dias sem qualquer jogo oficial. É o `prêmio’ para as eliminações na Copa Sul-Minas, Copa do Brasil e supercampeonato paranaense. O objetivo do Cori agora é aprender com os erros do primeiro semestre e melhorar – e muito – para a mais importante competição do ano.

O final do sonho coxa de chegar à decisão do supercampeonato aconteceu no mesmo lugar em que o clube passara por sua maior humilhação na temporada – e todos reconheceram que, no domingo, o Cori saiu da Vila Capanema com a cabeça erguida. “Os torcedores não vaiaram porque perceberam que houve luta e disposição o tempo todo”, disse Sérgio Manoel. “É um outro Coritiba que sai daqui. É só lembrarmos como deixamos esse mesmo local há pouco mais de um mês”, afirmou o secretário Domingos Moro.

Esse avanço que aconteceu ainda não surtiu o efeito desejado. “Se nós não chegamos à final do supercampeonato, é porque nós não estamos devidamente preparados, seja para o estadual e principalmente para o campeonato brasileiro”, resume o técnico Paulo Bonamigo. “Temos que aproveitar esse tempo que se abre para decidir o que for melhor para o Coritiba”, completou.

E é por isso que, enquanto os jogadores gozam férias de quinze dias (“eles merecem, pois ficaram quase um mês concentrados”, disse Moro), comissão técnica e diretoria vão discutir qual será o melhor aproveitamento para os quase três meses de inatividade. “Temos reuniões marcadas para discutir isso”, confirmou o coordenador técnico Sérgio Ramirez. “Podemos fazer várias coisas, mas o que for feito precisa de planejamento. Vamos saber qual é a decisão da diretoria”, analisou Bonamigo.

A primeira opção dos dirigentes é a realização de um torneio, possivelmente no Nordeste, reunindo outras equipes que estão sem calendário, como Santos, Internacional e Botafogo. “Teremos terça (hoje) uma reunião no Clube dos 13 e discutiremos isso”, afirmou Domingos Moro. Uma hipótese remota seria realizar amistosos no exterior – mas já há um amistoso marcado para o dia 7 de julho, contra o Inter, em Cascavel. (CT)

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