Coritiba começa hoje a montar estrutura de 2003

Ainda atordoado com a derrota de domingo para o Gama, o Coritiba reinicia hoje a sua vida. E, apesar da goleada (que significou a eliminação da equipe no campeonato brasileiro), a diretoria promete não usar o vexame de Brasília como mote das mudanças que virão.

Até por acreditar que o erro dos comandos anteriores foi mexer sem critério, o comando alviverde quer trabalhar com calma.

A iniciativa de realizar modificações para 2003 partiu do próprio presidente Giovani Gionédis. “Não é porque perdemos que tudo está errado. Muita coisa foi feita com qualidade nesta temporada, e não podemos fazer terra arrasada”, diz.

Esse também é o pensamento do técnico Paulo Bonamigo, que está nos planos da diretoria para o ano que vem. Para Gionédis, a permanência do treinador é o primeiro ponto da ?continuidade?. “Não estamos fazendo trabalho de seis meses. Se depender da diretoria, o Bonamigo vai seguir como nosso treinador”, garante.

O que seria um ponto positivo, segundo os atletas. O zagueiro Picolli, que fechou sua terceira temporada no Alto da Glória, não quer ver erros dos anos anteriores sendo cometidos. “Acho que desta vez a nossa direção vai seguir o caminho certo. As derrotas não podem encobrir o que foi feito certo durante o ano”, afirma. “A classificação não veio, mas os frutos dessa temporada serão colhidos logo”, completa o jogador.

Para o presidente coxa, 2003 será um ano melhor, principalmente porque o aprendizado deste ano foi importante. “Descobrimos que precisamos de um elenco, não só de um time”, exemplifica. Um dos pontos já tocados pelo presidente é a criação de um “código de conduta”, semelhante ao que existe em empresas. “Todos no clube, inclusive os jogadores, terão que se encaixar nesses preceitos para trabalhar no Coritiba. E quem cometer falhas será punido”, alerta Gionédis, que demonstrou estar bastante irritado com as expulsões de Lima na partida contra o Figueirense e de Picolli no domingo. “São coisas que não são admitidas”, reconhece.

Otacílio

O ex-treinador do Paraná Clube deve ser convidado oficialmente nos próximos dias para assumir um cargo no departamento de futebol do Coritiba – provavelmente como diretor técnico. Admirado pelo presidente Gionédis, e amigo pessoal do secretário Domingos Moro e do técnico Paulo Bonamigo, Otacílio Gonçalves é considerado peça-chave nos planos do Cori para a próxima temporada. Sondado há duas semanas, Otacílio viu com bons olhos a mudança de função.

Estádio Couto Pereira completa setenta anos

O maior palco do futebol paranaense está fazendo aniversário. O estádio Major Antônio Couto Pereira completa hoje setenta anos, com a marca de ter recebido os maiores jogadores da história do nosso futebol. O Alto da Glória recebeu também a seleção brasileira em várias partidas, inclusive em um jogo oficial, nas eliminatórias da Copa do Mundo de 2002.

Os primeiros campos usados pelo Cori foram “emprestados”: primeiro, no Jockey Club, à época no Guabirotuba (onde hoje está a PUC); depois, no Parque Graciosa, no Juvevê. Mas já se percebia a necessidade de uma casa própria, e o presidente Couto Pereira liderou a arrecadação de dinheiro suficiente para a compra de uma área de 36.300 metros quadrados, onde se construiria o estádio Belfort Duarte.

Toda uma geração não sabe o porquê do nome do estádio – alguns talvez nem saibam que o Alto da Glória teve esse nome. A homenagem foi realizada porque Belfort era, já à época, uma lenda do futebol brasileiro, tendo jogado como zagueiro do América. E foi justamente o time carioca que foi convidado a inaugurar o estádio: no dia 19 de novembro de 32, os campeões estaduais daquele ano enfrentaram um combinado de Palestra Itália e Britânia (que, ironicamente, está na gênese do Paraná Clube), sendo derrotados pelos paranaenses por 2 a 0.

No dia seguinte, o América voltou a campo, desta vez para enfrentar o Coritiba. A vitória foi alviverde, por 4 a 2, e dali em diante o Alto da Glória faria parte não só do futebol paranaense, como da vida da cidade. Durante os anos 60, formou-se uma comissão para a conclusão do estádio. Nas gestões de Aryon Cornelsen e Evangelino Neves o estádio tomou a forma que tem hoje. Em 1977, o Alto da Glória mudou de nome: a polêmica foi grande, mas o clube decidiu homenagear o principal incentivador da obra e deu ao estádio o nome de Major Antônio Couto Pereira. Em 83, Atlético e Flamengo fizeram a partida de maior público na história do futebol paranaense, com 65.253 pessoas a acompanhar a partida de volta da semifinal do campeonato brasileiro.

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