Corinthians: uma parceria sob suspeita

São Paulo – No quarto de um famoso hotel de luxo da capital paulista está sendo definido o futuro de um dos clubes mais populares do País. Por trás do fundo de investimentos que pretende se associar ao Corinthians, uma misteriosa mulher estaria coordenando as ações do iraniano Kia Joorabchian, representante da Media Sports Investiment (MSI). Na reserva, feita pelo empresário Renato Duprat, intermediário na negociação um único pedido: sigilo absoluto sobre a identidade dos hóspedes.

Um dos conselheiros corintianos ouvidos pela Agência Estado contou que, sábado, no jogo em que o time paulista empatou com o Grêmio, 1 a 1 no Pacaembu, o iraniano sentou-se ao lado dos dirigentes do clube, distribuiu sorrisos, abraços e, por algumas vezes, se reportou a uma mulher de meia-idade quando questionado sobre questões ligadas à parceria.

Duas outras fontes contam ter recebido a informação de que a esposa do famoso milionário russo Boris Berezovski teria vindo a São Paulo na última semana e estaria hospedada no Hotel Fasano. Berezovski é quem estava por trás da parceria.

Berezovski, dono de uma fortuna estimada em US$ 3 bilhões, tem contra si um mandado de prisão internacional por suspeita de envolvimento em contrabando de armas ao lado da máfia chechena. Foragido da justiça russa, o empresário dos ramos de petróleo, mídia, automóveis, alumínio, entre outros, mora em Londres, onde nasceu a MSI.

Lavagem

Berezovski ainda é investigado na Suíça por lavagem de dinheiro. Documentos obtidos pela Agência Estado das cortes de Genebra mostram que o russo teve suas contas bloqueadas nos bancos Julius Bär, de Zurique, e Credit Suisse, de Lausanne. Os documentos mostram que o russo é acusado de ter desviado milhões da Aeroflot, empresa aérea estatal do país.

Segundo o documento 1A.84/2000 da Primeira Corte de Direito Público da Suíça, o russo teria desviado em apenas uma operação US$ 400 milhões, seguido por movimentações de US$ 200 milhões e US$ 100 milhões para contas secretas da empresa Forus Service, administrada por ele mesmo.

A última polêmica envolvendo o russo foi a publicação do livro do jornalista Paul Klebnikov, que acusou Berezovski de ter ajudado no financiamento da rede terrorista de Osama Bin Laden na Chechênia. O jornalista acabou sendo morto há menos de três meses. Entrevistado no dia 10 de julho deste ano pela agência russa Ria-Novosti, Berezovski afirmou que o jornalista teria sido vítima da “falta de exatidão em sua forma de informar sobre os fatos”. Segundo ele, o jornalista era “arbitrário e inventava muitos fatos”.

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