Comunicação é uma das barreiras de Carrasco

Uma das primeiras barreiras do Atlético neste ano é a comunicação entre os jogadores e o técnico Juan Ramon Carrasco. Uruguaio, o comandante começou a falar algumas palavras em português após uma semana trabalhando com o novo time.

Apenas três jogadores, naturais de países que também têm o espanhol como língua oficial, conseguem compreender perfeitamente o que Carrasco fala, casos de Guerrón, do Equador, Nieto, da Argentina, e “Morro” García, que também é Uruguaio.

Mas o treinador já está encontrando maneiras de conseguir uma comunicação melhor. Nos próximos dias ele, o preparador físico Alajandro Martinez e os demais integrantes da comissão técnica devem iniciar aulas de português. “Estamos procurando uma professora de português para todos nós”, disse Carrasco.

Enquanto não aperfeiçoa o português, o treinador usa os artifícios que tem em mãos: sinais, reprodução do que deseja ver os jogadores fazendo e traduz algumas palavras chaves para ajudar na orientação. “Eu dizia “la espalda, la espalda’, e não entendiam e eu pergunto como se diz espalda (apontando para as costas), então espalda são as costas. Ou então pedia a jogada “por el centro’ e “adelante’ e não entendiam. Então perguntava como se dizia e é pela frente. E assim vamos juntos”, contou o treinador, relembrando alguns episódios desses primeiros dias de desafio.

Ainda que não tenha iniciado as aulas, Carrasco já tenta usar palavras em português que são mais usadas no dia a dia e se corrige quando usa um termo em castelhano, mas que já conhece a palavra usada em português.

Para facilitar os trabalhos, Juan Ramon repete por várias vezes as jogadas, fala bastante durante os treinos, até que os jogadores consigam entender a intenção do treinador. E apesar da dificuldade inicial, os jogadores já sabem exatamente o que precisam fazer em campo.

No jogo treino com o Laranja Mecânica, na sexta-feira passada, a obediência tática foi uma mostra de que a comunicação, mesmo tendo de ser improvisada neste começo, já deu resultado. Os jogadores se mantinham exatamente na linha que o treinador orientou nos sete dias de treino que tiveram.

Os atacantes, por exemplo, não passavam da linha de meio de campo e nas vezes que não cumpriam, tinham a atenção chamada. Outro ponto favorável ao treinador é o fato de já conhecer todos os jogadores. Carrasco e seus companheiros da comissão técnica identificam com facilidade, pelos nomes, todo o elenco.