Colegas salvam Eurico Miranda

Brasília (AE) – Por quatro votos contra dois, a mesa diretora da Câmara dos Deputados decidiu arquivar o processo de cassação do deputado Eurico Miranda (PPB-RJ), presidente do Vasco da Gama. A maioria entendeu que não havia provas suficientes para cassar o deputado, contrariando o relatório do corregedor da Casa, deputado Barbosa Neto (PMDB-GO), que pedia a punição de Miranda por desvio de recursos e outras fraudes detectadas pela CPI do Futebol.

O primeiro-secretário da Câmara e companheiro de bancada do vascaíno, deputado Severino Cavalcanti (PPB-PE), foi quem convenceu os demais integrantes da mesa a desistir de enviar o pedido de cassação para análise do Conselho de Ética. “Não podemos jogar o deputado à execração pública sem provas.” Ele também enfatizou que as acusações feitas ao deputado não envolvem dinheiro público. Sobre Miranda recaía a suspeita de desvio de verbas do Vasco da Gama para custear sua campanha eleitoral.

Cavalcanti argumentou que seria “incoerência da Câmara” querer punir o parlamentar por “práticas contra o clube de futebol que ele dirige, quando esse mesmo clube o mantém como dirigente máximo”. O primeiro-secretário observou que, no relatório contra Miranda, o corregedor da Câmara mencionava que as provas deveriam ser pedidas à CPI do Futebol no Senado.

“A própria CPI alegou que não tinha condições de aprofundar as investigações”, rebateu o pernambucano, que no ano passado já havia livrado Miranda de processo de cassação por quebra de decoro parlamentar pedido pelo então presidente da CPI do Futebol, senador Álvaro Dias (PSDB-PR). Cavalcanti, que ocupava o cargo de corregedor da Câmara, mandou arquivar a reclamação.

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