COB muda critérios para distribuição de recursos

Santo Domingo

-Os resultados do Brasil na 14.ª edição dos Jogos Pan-Americanos, disputada em Santo Domingo, encerrada domingo, após 15 dias de competições e muito caos provocado por uma organização deficiente, servirão para que o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) reveja a distribuição dos percentuais dos recursos da Lei Piva entre as confederações. A avaliação será feita até setembro e a nova tabela de percentuais adotada em outubro.

Atletas e equipes que obtiveram índices e vagas ou com as maiores chances de ir para os Jogos Olímpicos de Atenas, em 2004, terão mais recursos. “As mudanças nos critérios de distribuição dos percentuais vão considerar o Pan, o trabalho feito pelas confederações e as perspectivas de classificação para os Jogos Olímpicos”, indicou Carlos Arthur Nuzman, presidente do COB.

Para o Pan de 2007 o dirigente acentuou que só os atuais recursos da Lei Piva não são suficientes. “Vai depender de benefícios fiscais e de algumas variáveis que o Congresso está discutindo.” Para o Pan de 2007, o dirigente pretende convencer os dirigentes da Organização Desportiva Pan-Americana (Odepa) a adotarem as 28 modalidades olímpicas mais o futsal. “Acha que em uma competição que tem direito de transmissão de tevê alguém pode ficar uma hora no tatame esperando o julgamento de um recurso?”, disse sobre uma disputa entre Venezuela e Peru no karatê, que não é esporte olímpico. Nuzman acha que só “modalidades organizadas” podem disputar o Pan.

Em uma campanha que custou R$ 6 milhões (com viagem e operação, uma vez que os recursos foram entregues às confederações durante o ano), o Brasil manteve em Santo Domingo a quarta posição de Winnipeg, perdendo o terceiro lugar para o Canadá no último dia. A campanha somou 122 medalhas, 28 de ouro, 40 de prata e 54 de bronze.

O ouro do revezamento 4×100 m masculino, e o bronze nos 800 m feminino, no atletismo, e a prata do 4 skiff peso leve no remo, herdadas por casos de doping, não estão computadas pelo COB (isso não vai alterar a posição do País no quadro geral de medalhas). Em Winnipeg foram 101 medalhas, sendo 25 de ouro, 32 de prata e 44 de bronze.

Nas Américas, Nuzman apontou o crescimento de México e Venezuela. E sobre a organização dos Jogos disse que se a qualidade das instalações em si até supreenderam, a operação mostrou que ninguém mandava e fez recordar a Olimpíada de 1996 e as camisetas que apareceram no último dia com a inscrição: “Nós sobrevivemos a Atlanta”.

Atribuiu aos recursos vindos da Lei Piva, que começaram a ser distribuídos às confederações em fevereiro de 2002, o crescimento de algumas modalidades, mas observou que nenhum esporte consegue chegar ao topo com um trabalho que dure menos que um período entre oito e doze anos. “A Lei Agnelo Piva foi fundamental, embora os recursos ainda não sejam suficientes para a construção de um Brasil esportivo.” Nuzman falou das campanhas de cada uma das modalidades, comparando-as com a performance de Winnipeg.

Citou as equipes olímpicas permanentes de ginástica artística e rítmica como exemplares, disse que teve enorme satisfação ao ver as medalhas do judô, esporte que o fez passar por momentos muito difíceis há três anos, elogiou o tenista Fernando Meligeni e o iatista Robert Scheidt – “atleta com espírito e comportamento profissional” – e a renovação da natação e do tênis de mesa.

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