Cinco jogos decidem quem vai para a segunda divisão

São Paulo

(AE) – Os últimos jogos do campeonato brasileiro de 2003 mobilizam hoje apenas um lado da tabela de classificação: o dos piores. Os times, no entanto, encaram seus confrontos como final de Copa do Mundo. Ninguém quer saber de passar pela experiência que Palmeiras e Botafogo-RJ viveram nos últimos meses, apesar de terem feito campanha honrosa e atraído bom público. Os dois rebaixados para a Série B da próxima temporada serão conhecidos por volta das 18 horas e, como no ano passado, há time grande envolvido no rebolo.

Quem pensa que só a briga pelo título é atrativa, engana-se. Por isso, mesmo com a definição do campeão Cruzeiro antecipada, o domingo promete emoções de sobra e estádios lotados. Fato que não deixa de ser bom argumento para aqueles que são favoráveis à disputa por pontos corridos. A competição não perdeu o interesse. Ontem, por exemplo, a guerra foi pelas últimas duas vagas para a Libertadores de 2004.

Seis são os desesperados: Bahia, Ponte Preta, Grêmio, Paysandu, Fluminense e Fortaleza. Um dos duelos mais esperados será realizado em Porto Alegre, no Olímpico. O Grêmio, que até duas semanas atrás estava na lanterna e aparecia como principal candidato ao rebaixamento, conseguiu, na base da raça, a ressurreição. E, para se salvar de vez, precisa de simples vitória contra o desanimado Corinthians.

Os desfalques e a fragilidade da equipe não desanimam o torcedor, que teve um ano de pesadelos desde o campeonato gaúcho, passando pela Libertadores até o brasileiro. A diretoria espera 45 mil pessoas, embora tenha colocado apenas 16 mil ingressos à venda. Cada um dará direito à entrada de duas pessoas. Os outros lugares serão ocupados por convidados e proprietários de cadeiras cativas.

O Fluminense, o outro grande em perigo, tem situação tranqüila. Basta empatar com o Juventude no Maracanã. Mesmo que isso ocorra, as trapalhadas de sua direção não serão apagadas, como no episódio da troca de técnico. Começou o brasileiro com Renato Gaúcho, mas o substituiu por Joel Santana. Os resultados pioraram e Joel perdeu a vaga para o mesmo Renato.

Um vai morrer na batalha entre Ponte Preta e Fortaleza, no Moisés Lucarelli, que receberá quase 20 mil torcedores. Os dois estão ameaçadíssimos com justiça. Em nenhum momento deram mostras de que poderiam reagir, como fizeram Goiás e Juventude. Os paulistas devem vários meses de salários aos funcionários e os cearenses, recém-promovidos à Série A, não se prepararam para o nível da 1.ª Divisão. Só os 3 pontos salvam a Ponte. O Fortaleza pode empatar, mas, se perder, deverá voltar ao lugar onde estava em 2002.

O Bahia é o grande desesperado. Terá de carimbar a faixa do Cruzeiro, em Salvador, somar os 3 pontos, e ainda assim ficará dependendo de outros resultados.

No Pará, o Paysandu joga pelo empate contra o Atlético-PR. E, quem não quiser confusão no próximo ano, que torça por isso. O time paraense perdeu 8 pontos no STJD e pode apelar para a Justiça Comum caso seja rebaixado, embora seu presidente, Arthur Tourinho, descarte, por enquanto, essa possibilidade. Aos quatro que escaparem da degola, hoje, um aviso: amanhã haverá reunião entre os clubes e o Departamento Técnico da CBF para confirmar, entre outros pontos, que, em 2004, quatro equipes serão rebaixadas e não só duas.

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