Chapa de Dinamite vence eleição no Vasco e ameaça poder de Eurico

A chapa comandada pelo ex-jogador Roberto Dinamite venceu no sábado (21) a eleição do Conselho Deliberativo do Vasco, na sede do Calabouço, centro do Rio. Derrotou com facilidade a chapa do atual presidente Eurico Miranda, por 827 votos contra 45. Com isso, Roberto Dinamite está prestes a assumir a presidência do clube. Nunca na história do Vasco, a chapa vencedora deixou de eleger o presidente.

Com a vitória nas urnas, Dinamite vai indicar 120 conselheiros para a reunião do Conselho Deliberativo, que acontece na próxima sexta-feira (27). Eurico Miranda só levou 30 conselheiros.

Os outros 150 conselheiros são natos. Basta Dinamite conseguir 151 votos para derrubar o polêmico dirigente do poder.

Eurico considera que a eleição não teve validade, pois alega que não foi notificado pela Justiça. O pleito realizado no fim de 2006, vencido pelo atual presidente Eurico Miranda, foi anulado, pois a Justiça acolheu denúncia da oposição sobre várias fraudes no processo.

"Se vai ter alguma coisa na frente, cabe a ele recorrer, mas tudo que ele tentou até agora, em todas as instâncias, perdeu", declarou Roberto Dinamite, que votou na manhã deste domingo (22). Eurico não compareceu. "Sinto no Vasco uma necessidade de mudança", emendou Roberto Dinamite.

Duas oficiais de Justiça chegaram ao Calabouço às 7h55, com uma liminar que garantia a eleição, mas não conseguiram entrar no local por causa do portão trancado. Chegaram a chamar um chaveiro para abrir o cadeado, mas um funcionário do clube, a mando de Eurico Miranda, se antecipou e destravou a porta.

As urnas eletrônicas foram montadas com o auxílio de geradores, já que não havia luz nem água no local. Por conta disso, o pleito, que transcorreu sem confusão, sofreu atraso de 15 minutos. Apenas um torcedor teve ser retirado da fila, pois seu nome não constava na lista dos sócios aptos a votar. Ele votaria em Eurico Miranda.

Com apoio de quatro carros e um microônibus da Polícia Militar, cerca de 25 policias militares fizeram a segurança no Calabouço. A eleição foi fiscalizada por membros da Ordem dos Advogados do Brasil, do Ministério Público (MP) e da Associação Brasileira de Imprensa (ABI).

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