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CAP/SA acerta repasse de cotas para concluir a Arena

Para não correr o risco de perder o financiamento do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) o Atlético, através da CAP S/A, conseguiu chegar a uma reengenharia financeira com a Agência de Fomento do Paraná e vai empenhar também as cotas futuras de TV, dando-as como garantia junto com os títulos de potencial construtivo e a área do CT do Caju para conseguir levantar o dinheiro que possibilite reformar a Arena da Baixada. O clube tinha até amanhã para reenviar o contrato ao BNDES e assegurar o financiamento. Diante dos recentes impasses, decidiu comprometer o que virá a faturar com direitos de transmissão entre janeiro de 2014 e agosto de 2016. “Está tudo no BNDES. Hoje só fizemos alguns acertos via telefone. Agora falta a assinatura do contrato, que deve ser feito na quinta-feira ou na próxima semana”, explicou o diretor de mercado e relações institucionais da Agência de Fomento, Alexandre Teixeira.

A oferta dos valores a serem recebidos pelo direitos da TV não foram ofertados ao BNDES, mas à própria Agência de Fomento. A CAP S/A refez a engenharia de empréstimo para manter as garantias dadas à instituição federal, a fim de conseguir os R$ 131 milhões pleiteados. Essa foi a maneira encontrada para não depender do aditivo de potencial construtivo, que deixou de ser votado pela Câmara Municipal e cujo projeto foi recolhido pelo prefeito Luciano Ducci. Significa também que o Atlético agora está se comprometendo a assumir uma dívida R$ 61,2 milhões para reformar seu estádio, desde que o custo da obra não extrapole R$ 184 milhões.

Essa é a segunda vez que a CAP S/A pede socorro à Agência de Fomento e é atendido. Na primeira, em junho, quando ficou sem dinheiro para investir na reforma da Arena da Baixada, precisou antecipar um empréstimo de R$ 30 milhões para que a execução das obras atingisse 25%. O valor era para assegurar ao BNDES que o clube tinha como bancar por conta própria sua parte no orçamento da reforma do estádio. A solução encontrada foi antecipar o uso dos títulos de potencial construtivo, dando-os como garantias à Fomento. Porém, essa medida desfalcou o valor total dos títulos que seriam entregues ao BNDES. Diante da possibilidade de o banco federal recusar bens recebíveis, como as cotas futuras de TV, a CAP S/A recorreu à Agência de Fomento para cobri-la.

Assim, a Fomento receberá de garantia mais R$ 15 milhões em potencial construtivo -valor que equivale à correção monetária dos títulos – e mais as cotas futuras de TV. No entanto, para fechar a conta, a CAP S/A ainda terá de bancar mais R$ 7 milhões do próprio bolso – leia-se Atlético. Segundo o presidente Mário Celso Petraglia, serão buscadas alternativas para cobrir a diferença.