Quatro uruguaios, um argentino, um equatoriano, um camaronês, um senegalês e um angolano. Essas são as nacionalidades da “legião estrangeira” de jogadores e treinadores que vão defender a camisa de cinco equipes paranaenses no Estadual 2012, incorporando novos sotaques e estilos de jogo ao campeonato local.
O mais recente a se apresentar foi o treinador uruguaio Juan Ramon Carrasco, do Atlético. O ex-comandante da Celeste Olímpica terá na Baixada a companhia do compatriota “Morro” Garcia. Em seu período de adaptação, uma das questões a serem decifradas pela maioria dos jogadores será como colocar em prática o esquema tático ultra-ofensivo pretendido pelo técnico.
Apesar de o clube ter ainda no elenco jogadores como o equatoriano Guerrón e o argentino Nieto, os demais ainda terão a barreira de compreender o idioma castelhano.
A compreensão de uma nova linguagem também faz parte do dia-a-dia de um jogador do Londrina. O volante senegalês Lucho chegou ao clube no final do ano passado, necessitando da ajuda de um companheiro camaronês do time para compreender desde ordens táticas até situações cotidianas fora dos gramados. Em ambos os países pátrios dos atletas do Tubarão, o idioma oficial é o francês. “Ele está aqui há quase três meses e fala muito pouco [português]. Quando ele tem alguma coisa de dificuldade pra conversar as pessoas, estou aqui pra ajudar ele”, conta o atacante Joel, que há pouco mais de dois anos atua no futebol brasileiro.
Projeção
O primeiro clube de Joel no Brasil foi o Iraty, ponto de chegada do jogador após ser destaque em um campeonato Sub-17 em Camarões. Despertou então o interesse do empresário Juan Figer, que o indicou para o clube paranaense. Segundo o atacante, a mudança valorizou seu passe. “Quando você joga no futebol brasileiro, é reconhecido pelo mundo inteiro. Todo mundo fica sabendo que você joga no Brasil, eles sabem que você esta no país do futebol”, enaltece o atleta do Tubarão, que no ano passado foi convocado para a seleção júnior de seu país.
Outro “importado” que ganhou projeção com o futebol local foi o meia Geraldo, angolano que chegou ao país em 2007 e desde 2009 veste a camisa do Coritiba. Além do idioma oficial de seu país ser o mesmo do Brasil, houve outro fator que ajudou o jogador em sua adaptação. “Angola fala português, mas a comida aqui é muito parecida com a de lá”, compara.
Ao menos uma vez por dia, Geraldo conversa com familiares e amigos que estão na Angola pra matar a saudade. Entre os assuntos que geralmente fazem parte dos telefonemas, está um dos sonhos do jogador. “Pretendo voltar pra seleção e ajudar meus colegas a classificar pra Copa do Mundo”, conta ele, que em 2010 foi convocado para defender seu país depois de marcar um gol no jogo decisivo do Estadual contra o Atlético. Outro gringo do futebol paranaense convocado para a seleção de seu país foi o equatoriano Guerrón.
Conexão-Uruguai
Outros dois uruguaios completam a lista dos gringos do estado. Darío Pereyra, treinador do Arapongas, que comandou clubes como o São Paulo, chegando inclusive a ser técnico do Coritiba em 1998. O outro é o volante Javier Mendez, do Corinthians, que também tem passagem pelo Paraná Clube.