Camisas da Argentina viram troféu para torcedor na Copa

O estudante Ricardo Tadeu já ganhou sua Copa particular. Foi buscá-la pulando o alambrado no Estádio Independência, em Belo Horizonte, e correndo atrás dos jogadores da seleção argentina. Conseguiu o que queria: uma camisa, ou melhor, duas. “Ganhei uma do Mascherano e outra do Demichelis”, disse o torcedor de 23 anos.

Ricardo Tadeu pulou o alambrado pensando em obter a camisa do Messi, mas se contentou com a dos coadjuvantes. “Tem coisas que acontecem uma vez na vida. Eu vi os jogadores ali perto, sem segurança, e não pensei duas vezes”, completou.

O torcedor não teria dinheiro para comprar as camisas. Mora na periferia de Belo Horizonte com os pais. Faz curso técnico em Eletrônica e no dia do treino da Argentina, quando ganhou as camisas, pediu para sair da aula mais cedo.

Elas se tornaram o item principal da lista dos seus objetos mais amados. Completam essa relação o videogame de última geração e as camisas do Atlético Mineiro. Pelos presentes, valeu a pena a bronca que recebeu dos pais pela loucura que, para ele, tem uma justificativa. “Não roubei, não fiz mal a ninguém. Eu só entrei no campo quando o treino tinha terminado”, enfatizou.

O consultor de imagem e marketing Amir Somoggi não se espanta com o ato de Ricardo Tadeu. “O Messi é um ídolo mundial. Ele deixou de ser apenas argentino. Com a globalização, os torcedores têm ídolos que ultrapassam as fronteiras nacionais”, disse.